
Trump diz que pode realizar ataques em terra contra 'qualquer país' que venda drogas aos EUA

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (2), durante reunião com seu gabinete ministerial, que Washington poderá realizar "ataques terrestres" contra "qualquer país" que venda drogas aos EUA.
🇺🇸❗Trump diz que pode realizar ataques EM TERRA contra 'QUALQUER PAÍS' que venda drogas aos EUASegundo presidente, alguns países estão realizando esforços coordenados para produzir entorpecentes, enviando-os em seguida ao território norte-americano.👉 https://t.co/1LCBkWWa6Xpic.twitter.com/WidxpYcpHM
— RT Brasil (@rtnoticias_br) December 2, 2025
Segundo o mandatário, alguns países estão realizando esforços deliberados para fabricar entorpecentes, enviando-os em seguida ao território norte-americano. Como exemplo, acusou a Colômbia de construir "fábricas" para produzir cocaína, sem apresentar provas.
"Qualquer país que esteja fazendo isso e vendendo isso ao nosso país está sujeito a ataque", declarou, complementando que isso se aplica a outros países além da Venezuela.
Trump ainda alegou que as operações militares realizadas por Washington, que alvejaram supostas 'narcolanchas' no Caribe e no Pacífico, reduziram o número de pessoas afetadas pelo tráfico de drogas nos EUA. A Venezuela e organizações internacionais denunciaram os ataques como "execuções extrajudiciais".

"Diminuiu porque estamos realizando esses ataques e vamos começar a realizá-los também em terra. Como sabem, em terra é muito mais fácil. E conhecemos as rotas que eles seguem. Sabemos tudo sobre eles, sabemos onde vivem os bandidos. E também vamos começar com isso muito em breve", afirmou o presidente.
Anteriormente, o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que Washington apenas começou a atacar embarcações no Caribe e no Pacífico, sustentando que o país que está "derrotando os narcoterroristas". O chefe do Pentágono justificou a as agressões, argumentando que os cartéis "tomam conta da comunidade" e "milhões de pessoas" nos EUA estão sendo envenenadas por suas drogas.
O Departamento de Guerra dos EUA também defendeu os múltiplos ataques militares no Caribe, detalhando que afetaram um total de 21 embarcações. As operações deixaram um saldo mortal de 82 pessoas mortas, todas rotuladas sem provas como "narcoterroristas" e vinculadas ao contexto das agressões contra a Venezuela.
Agressões dos EUA
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
- O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
- Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.
