
Trump comenta crise ucraniana: 'Já não participamos economicamente da guerra'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) durante reunião de gabinete na Casa Branca que Washington não participa mais economicamente do conflito entre Rússia e Ucrânia, ao mesmo tempo em que denunciou o desperdício que, em sua opinião, ocorreu durante o mandato de seu antecessor, Joe Biden.
"Temos muito respeito, como vocês sabem, mas temos um problema com uma guerra que nosso povo está tentando resolver agora com a Rússia e a Ucrânia", afirmou. "Já não participamos economicamente na guerra. Biden deu 350 milhões de dólares como se fossem doces", acrescentou o presidente.

Trump ressaltou que, ao contrário do governo anterior, seu governo não entrega armamento de graça: "Vendemos o equipamento à OTAN, as nações europeias nos pagam 100% pelo equipamento. E depois eles mandam para a Ucrânia ou fazem o que quiserem ele. Mas estamos tentando resolver isso", insistiu.
Trump também destacou que conseguiu pôr fim a "oito guerras" e reiterou que o conflito russo-ucraniano "nunca teria ocorrido" caso ele fosse o presidente. "Esta seria a nona, e nosso pessoal está na Rússia neste momento para ver se conseguimos resolver a situação. Não é uma situação fácil", afirmou.
Reunião entre Putin e Witkoff
Nesta terça-feira (2), o presidente russo, Vladimir Putin, se reúne em Moscou com o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, que chegou à capital russa acompanhado por Jared Kushner, genro do líder norte-americano, para discutir o plano de paz promovido por Washington que busca encerrar o conflito ucraniano.
Putin recebe Witkoff em meio aos avanços das Forças Armadas da Rússia na operação militar especial. Durante sua visita a um posto de comando neste domingo (30), o líder russo declarou que a iniciativa em toda a linha de frente está totalmente nas mãos das tropas russas e elas "estão aumentando a pressão".
O encontro ocorre após as conversas que as delegações dos EUA e da Ucrânia tiveram na Flórida no domingo passado (30). O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou que as negociações foram produtivas, embora tenha assinalado que ainda há trabalho a fazer.
Witkoff é considerado o principal arquiteto da proposta inicial de 28 pontos, que foi parcialmente modificada durante as consultas com a parte ucraniana realizadas no dia 23 de novembro na cidade suíça de Genebra e que continuaram no domingo na Flórida. O texto original do plano, fortemente criticado pelos países europeus, ignorava algumas das principais exigências de Kiev, incluindo sua recusa em ceder a região de Donbass e a aspiração da Ucrânia de aderir à OTAN. Além disso, o plano incluía algumas oportunidades comerciais para a Rússia fazer negócios com os EUA.

