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Putin afirma que Moscou não busca guerra com Europa, mas está preparada

Segundo o presidente russo, Bruxelas não tem uma agenda de paz.
Putin afirma que Moscou não busca guerra com Europa, mas está preparadaSputnik / Evgeny Biyatov

O presidente russo Vladimir Putin explicou, em entrevista publicada pelo jornalista Pavel Zarubin nesta terça-feira (2), por que a Europa não participa das negociações de paz para encerrar o conflito na Ucrânia.

Putin afirmou que o Velho Continente se ausentou do processo de paz porque ainda mantém a ideia de impor uma derrota estratégica à Rússia. Segundo ele, os países europeus vivem nessas "ilusões", embora "intuitivamente entendam" que esse cenário pertence ao passado e nunca poderia ocorrer.

"Confundiram o que desejavam com a realidade. Não conseguem admitir isso nem para si mesmos", disse o presidente russo.

Outra razão, segundo Putin, é que, diante da insatisfação com os resultados do atual diálogo de paz, a Europa tornou-se empenhada em obstruir os esforços de Washington — e do próprio presidente Donald Trump — para "alcançar a paz por meio de negociações". Nesse contexto, ele afirmou que o bloco europeu não tem "uma agenda de paz":

"Estão do lado da guerra e, mesmo quando tentam propor supostas mudanças às propostas de Trump, fica claro que todas essas alterações têm um único objetivo: bloquear o processo de paz e apresentar exigências absolutamente inaceitáveis para a Rússia", declarou.

O mandatário também afirmou que, caso a Europa decida iniciar uma guerra contra a Rússia, rapidamente "Moscou não terá com quem negociar".

"Não vamos entrar em guerra com a Europa, já disse isso cem vezes. Mas, se a Europa de repente quiser guerrear conosco e o fizer, estamos prontos agora mesmo", declarou Putin.

No domingo, delegações dos EUA e da Ucrânia se reuniram na Flórida para seguir discutindo o plano de paz proposto por Donald Trump. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o encontro foi produtivo, embora ainda haja pontos pendentes. Já o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, disse em Paris que a questão territorial é o tema mais difícil nas negociações para resolver o conflito.

Encontro entre Putin e Witkoff

Nesta terça-feira (2), o presidente russo Vladimir Putin recebe no Kremlin o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, acompanhado de Jared Kushner, para discutir o plano de paz proposto por Washington.

O momento é desfavorável para a Ucrânia, em meio ao grande escândalo de corrupção que atingiu o círculo próximo de Zelensky e resultou na renúncia de Andrei Yermak, chefe de seu gabinete e principal negociador. No domingo, Trump afirmou que o escândalo enfraquece a posição ucraniana.

No campo de batalha, Kiev também enfrenta dificuldades. Durante reunião com comandantes em um posto de comando no domingo (30), Putin destacou que as forças de seu país mantém completamente a iniciativa em toda a linha de contato, e celebrou a conquista da cidade-chave de Krasnoarmeisk.