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EUA pedem autorização à Venezuela para retomar voos de repatriação

O pedido foi feito mesmo após o presidente dos EUA ter declarado o fechamento do espaço aéreo venezuelano, medida considerada ilegítima por Caracas.
Chegada de venezuelanos vindos dos EUA no Aeroporto Internacional de Maiquetía, em La Guaira, Venezuela, em 24 de março de 2025.Chegada de venezuelanos vindos dos EUA no Aeroporto Internacional de Maiquetía, em La Guaira, Venezuela, em 24 de março de 2025. Ariana Cubillos / AP

O governo da Venezuela informou que os EUA solicitaram autorização para retomar os voos de repatriação de imigrantes venezuelanos que se encontram em território norte-americano.

Em comunicado publicado nesta terça-feira (2) pelo Ministério dos Transportes nas redes sociais, o governo explicou que o pedido foi feito ao Instituto Nacional de Aeronáutica Civil.

Após a solicitação, o Ministério dos Transportes informou que o presidente Nicolás Maduro autorizou a entrada no espaço aéreo venezuelano das aeronaves da empresa Eastern Airlines LLC na rota Phoenix (Arizona) – Maiquetía (La Guaira), para os voos EAL8280/8281.

O avião autorizado é o B777-200, com matrícula N771KW (principal) e N825KW (alternativa).

Retomada dos voos de repatriação 

Segundo o comunicado, o voo deve aterrissar no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, "como tem ocorrido periodicamente, às quartas e sextas-feiras", seguindo o acordo firmado entre o governo venezuelano e a administração norte-americana. 

O pedido de Washington ocorre dias depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou em suas redes sociais que o espaço aéreo venezuelano deveria ser "completamente fechado", embora a Convenção sobre Aviação Civil Internacional, estabelecida em 1944, disponha que cada Estado tem soberania completa sobre seu próprio espaço aéreo.

Caracas classificou a afirmação de Trump como "ilícita e ilegítima", chamando-a de um "ato de agressão imoral que equivale a uma ameaça contra a soberania e a segurança" do país. Em resposta, o governo venezuelano anunciou a ativação de "todos os mecanismos multilaterais ajustados ao direito internacional".

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) emitiu, em 21 de novembro passado, uma Nota aos Aviadores (NOTAM) informando sobre uma "situação potencialmente perigosa na Região de Informação de Voo de Maiquetía". A advertência levou várias companhias aéreas internacionais a suspenderem seus voos ao país sul-americano, motivo pelo qual Caracas anunciou que revogaria a concessão de seis empresas aéreas, acusando-as de aderirem às "ações de terrorismo" promovidas pelo governo dos Estados Unidos.