A União Africana apelou, em postagem publicada na rede social X no domingo (30), para que crimes históricos, incluindo escravatura, colonialismo e segregação racial, sejam formalmente reconhecidos e criminalizados. A publicação faz parte de uma campanha do bloco por reparações, que marca o ano de 2025.
No mesmo dia, líderes de diversos países do continente se reuniram na Argélia para a Conferência Internacional sobre os Crimes do Colonialismo em África.
Na abertura do encontro, o ministro das Relações Exteriores argelino, Ahmed Attaf, destacou a experiência de seu país sob o domínio francês, apelando para que o colonialismo seja tratado como um crime internacional.
"A África tem o direito de exigir o reconhecimento oficial e explícito dos crimes cometidos contra os seus povos durante o período colonial, um primeiro passo indispensável para enfrentar as consequências dessa época, pela qual os países e povos africanos continuam a pagar um preço elevado em termos de exclusão, marginalização e atraso", declarou Attaf.
O ministro também fez referência às campanhas de Portugal em Angola e Moçambique, marcadas por assassinatos em massa, deportações e operações de terra arrasada durante as guerras de 1961-1974.
A Argélia conquistou a independência da França em 1962, após uma guerra sangrenta e anos de repressão, incluindo o ataque policial de 17 de outubro de 1961 em Paris, que deixou dezenas de manifestantes argelinos pacíficos mortos.