O Uruguai se prepara para iniciar prospecção de petróleo em águas profundas, autorizando quatro empresas internacionais a operar em sete blocos offshore, incluindo áreas ambientalmente sensíveis, informou recentemente a mídia local La Red 21.
Segundo o veículo, as petroleiras que aguardam aval do governo de Yamandú Orsi são Apache (EUA), PGS (Noruega), CGG (França) e Searcher (Austrália).
Os blocos foram concedidos pelo ex-presidente Lacalle Pou a grandes companhias como a americana Chevron, a Shell, a britânica Challenger, a APA e a argentina YPF, que participam do projeto em parceria com a italiana Ente Nazionale Idrocarburi (ENI). De acordo com La Red 21, essas empresas pagarão pelas informações obtidas durante as prospecções.
Parte dessas áreas coincide com ecossistemas frágeis, como corais de águas frias e cabeceiras de cânions submarinos, que o Ministério do Ambiente pretende declarar protegidos.
Fontes do governo garantem que as licenças não serão incondicionais, incluindo restrições como a interrupção das operações caso a fauna marinha seja avistada a até mil metros.
Ativistas alertam que as prospecções e a exploração de petróleo podem causar danos irreversíveis à biodiversidade marinha. Para mamíferos como baleias e golfinhos, que dependem do som para se orientar, o ruído dessas atividades provoca alterações comportamentais, danos fisiológicos e até a morte.