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Maduro fala em 'terrorismo psicológico' em meio às ações dos EUA no Caribe

O presidente venezuelano destacou a coragem do povo, que demonstrou seu patriotismo nos últimos meses em meio à agressão dos Estados Unidos.
Maduro fala em 'terrorismo psicológico' em meio às ações dos EUA no CaribeAP / Ariana Cubillos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou ao mundo que os venezuelanos enfrentam há 22 semanas "uma das agressões mais fortes de sua história" por parte dos Estados Unidos, classificando-a como "terrorismo psicológico".

"Tivemos 22 semanas de uma agressão que pode ser qualificada como terrorismo psicológico. São 22 semanas que nos colocaram à prova, e o povo da Venezuela demonstrou seu amor à pátria", declarou Maduro nesta segunda (1), durante a cerimônia de posse dos Comandos de Comunidade Bolivarianos Integrais, realizada no centro de Caracas, capital do país.

O presidente venezuelano destacou que, nos últimos meses, o povo da Venezuela tem demonstrado resistência e coragem. "Se há 22 semanas amávamos a Venezuela, hoje a amamos infinitamente e estamos dispostos a continuar defendendo-a e a conduzi-la por caminhos seguros de paz", afirmou Maduro.

De acordo com o mandatário, durante a agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela, mais de 6,2 milhões de milicianos e milicianas se alistaram para defender o país, constituindo as chamadas "forças do povo". Ele acrescentou que também foram ativados "exercícios populares, militares e policiais", que elevaram o país a um nível de capacidade defensiva integral "que nunca havíamos atingido antes".

Maduro ressaltou que, com o "terrorismo psicológico", os Estados Unidos não conseguiram tirar a Venezuela "nem um centímetro do caminho correto que devemos seguir sempre". "Não nos metemos com ninguém neste mundo, que não se metam com a Venezuela", declarou o chefe de Estado.

Cronologia dos ataques

  • Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
  • O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
  • Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como ColômbiaMéxico e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.