O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá nesta segunda-feira (1) com sua equipe de Segurança Nacional no Salão Oval para discutir sobre a Venezuela, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
"Ele é o comandante em chefe, é parte de sua responsabilidade garantir que a paz siga em todo o mundo. Eu definitivamente não darei os detalhes específicos da reunião (...), que ocorrerá no Salão Oval. Mas estou feliz em confirmar a você que a reunião ocorrerá", afirmou a funcionária em coletiva de imprensa.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de uma invasão terrestre à Venezuela, Leavitt disse que há "muitas opções sobre a mesa", e que deixará o presidente norte-americano anunciá-las.
No mesmo dia, o presidente venezuelano Nicolás Maduro denunciou que o povo de seu país enfrenta, há 22 semanas, "uma das agressões mais fortes de sua história" por parte dos Estados Unidos, classificando-a como "terrorismo psicológico".
Maduro destacou que, nos últimos meses, o povo da Venezuela tem demonstrado resistência e coragem. "Se há 22 semanas amávamos a Venezuela, hoje a amamos infinitamente e estamos dispostos a continuar defendendo-a e a conduzi-la por caminhos seguros de paz", afirmou o presidente.
Tensões crescentes
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
- Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
- As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
- O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
- Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.