Notícias

Manifestantes israelenses voltam a ocupar as ruas contra perdão presidencial a Netanyahu

O premiê de Israel divulgou no domingo (30) seu pedido oficial de perdão ao presidente Isaac Herzog, em face de acusações de crimes de corrupção; ex-advogado de Netanyahu avalia que perdão não pode ser oferecido sem admissão de culpa.
Manifestantes israelenses voltam a ocupar as ruas contra perdão presidencial a NetanyahuRedes sociais

Manifestações públicas voltaram a ocupar as ruas de Israel no domingo (30), demandando a rejeição do pedido de perdão presidencial oficializado no mesmo dia pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao presidente Isaac Herzog, em face de acusações criminais por crimes de corrupção.

"O que Netanyahu está pedindo não é perdão", declarou Shikma Bressler, organizadora do protesto, em entrevista exclusiva à Al Jazeera. "Ele está pedindo que seu julgamento seja completamente extinto, sem assumir qualquer responsabilidade, sem pagar o preço pela maneira que devastou esse país".

Vestindo máscaras do premiê em frente à residência do presidente Herzog, os manifestantes renovam provocações de descontentamento contra Netanyahu, mobilizadas no fim do mês passado. Os registros do protesto foram disponibilizados por cortesia da agência de notícias Anadolu Ajansı.

Anteriormente enste mês, as ruas foram tomadas por cidadãos do país para demandar a criação de uma comissão estatal de inquérito sobre os ataques de 7 de outubro de 2023, responsabilizando o primeiro-ministro pelas vidas perdidas.

"Contaminadas e fabricadas"

O pedido de perdão oficializado por Netanyahu se refere a processos criminais em que é acusado de fraude e quebra de confiança, segundo o veículo de imprensa israelense Kann News. Ele menciona as exigências desproporcionais da Justiça em seu depoimento e ecoa a carta enviada neste mês pelo presidente americano Donald Trump a Herzog, onde classificou os processos criminais como uma "perseguição política e injustificada"

Ainda no início do processo, em julho de 2020, Netanyahu já havia criticado o sistema judicial e descredibilizado as acusações.

"Eu não sou um cachorrinho, e portanto devo ser derrubado por todos os meios necessários. Funcionários da promotoria conspiraram para fabricar um caso contra mim. As investigações foram contaminadas e fabricadas desde o início", alegou à época.

Ex-advogado de Netanyahu, Micah Fettman, afirmou à imprensa no domingo (30) que um perdão presidencial não pode ser oferecido sem admissão de culpa, conforme citado pelo jornal The Times of Israel nesta segunda-feira (1º).

"Perdão é concedido a um infrator. É o que estipula a lei", declarou Fettman.