
Escócia corta incentivo de acolhimento a ucranianos e gera risco de crise habitacional

Imigrantes ucranianos podem perder a moradia na Escócia, já que o governo estuda encerrar os pagamentos mensais de "agradecimento" a famílias que os recebem, informou o Daily Mail no sábado (29).
Um anfitrião escocês citado pela reportagem relatou ter recebido uma carta do conselho local perguntando a opinião sobre o fim do benefício e sondando se implicaria no desalojamento de seus hóspedes, levantando questões sobre o futuro iminente de famílias ucranianas no país. Estima-se que cerca de 28 mil ucranianos foram recebidos na Escócia desde 2022.

Sob o governo conservador anterior do Reino Unido, o programa "Homes for Ukraine" oferecia aos anfitriões £500 (R$ 3.200) por mês, valor que já foi reduzido para £350 (cerca de R$ 2.240). A mudança acendeu alertas de que o fim do pagamento possa causar um aumento nos pedidos de assistência para pessoas sem moradia.
"Os cortes do Partido Trabalhista podem deixar muitas dessas pessoas sem-teto, o que aumentará ainda mais a pressão sobre os serviços locais de habitação em toda a Escócia, que já estão à beira do colapso devido aos cortes drásticos do Partido Nacional Escocês", afirmou Meghan Gallacher, membro do parlamento escocês, citada pela reportagem.
A suspensão da política de incentivo se soma à tendência crescente no continente europeu, onde vêm ganhando força políticas anti-migratórias e o tensão ao apoio a Vladimir Zelensky, diante do escândalo de corrupção na Ucrânia e do avanço de negociações de paz.
Fluxo migratório
Desde 2022, mais de 4,3 milhões de ucranianos receberam proteção temporária na União Europeia.
A Comissão Europeia já havia informado Kiev em outubro que o esquema de proteção temporária não será estendido além de março de 2027, e vários países da UE já reduziram a assistência.
Recentemente, a Eurostat registrou aumento na entrada de homens ucranianos em idade de combate na UE, depois que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, flexibilizou restrições de viagem para homens de 18 a 22 anos. O exército ucraniano enfrenta dificuldades crescentes à medida que a saída de homens em idade de serviço aprofunda a escassez de pessoal no país.
- Nos Estados Unidos, cerca de 200 mil ucranianos podem perder o status legal em meio à política de controle de fronteiras do presidente Donald Trump, informou a Reuters, citando dados internos do governo.
