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Ramaphosa critica ausência dos EUA no G20 e rebate acusações de genocídio

Presidente afirma que a África do Sul é membro fundador do G20 e condena campanha de desinformação promovida por grupos estrangeiros.
Ramaphosa critica ausência dos EUA no G20 e rebate acusações de genocídioGettyimages.ru / Jemal Countess

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, criticou neste domingo (30) a ausência dos Estados Unidos na cúpula de líderes do G20, realizada em Joanesburgo, e rebateu declarações do presidente norte-americano, Donald Trump. Em discurso transmitido pela rede social X, Ramaphosa classificou como "infundadas e falsas" as alegações de que seu governo promove genocídio contra os afrikaners e confisca terras de brancos.

Ramaphosa afirmou que os Estados Unidos, mesmo sendo um membro fundador do G20 e próximo presidente do grupo em 2026, optaram por não participar das reuniões finais do evento. Segundo ele, essa decisão foi baseada em uma "campanha sustentada de desinformação" por parte de grupos sul-africanos e estrangeiros, que estaria prejudicando as relações bilaterais e a economia do país.

O presidente sul-africano também reagiu às declarações de Trump, que indicou que a África do Sul poderia ser excluída do G20 quando os Estados Unidos assumirem a presidência. "Devemos deixar claro que a África do Sul é um dos membros fundadores do G20 e continuará a participar como membro pleno e ativo", afirmou Ramaphosa.

Apesar das críticas, o mandatário sul-africano reforçou a disposição de manter o diálogo com Washington. "A África do Sul continua sendo uma amiga firme e inabalável do povo americano", declarou, mencionando o apoio da sociedade civil dos Estados Unidos à luta contra o apartheid e a inspiração da Constituição norte-americana na elaboração da Carta sul-africana.

Ramaphosa alertou que as alegações feitas contra seu governo colocam em risco empregos, investimentos e parcerias estratégicas. Ele afirmou que problemas internos devem ser resolvidos pelos próprios sul-africanos e convocou todos os setores da sociedade a participar de um diálogo nacional. "Nunca devemos permitir que outros tentem redefinir nosso país", disse.

O presidente agradeceu aos cidadãos sul-africanos pelo apoio à realização da cúpula e reafirmou o compromisso do país com o multilateralismo. "Oferecemos ao povo dos Estados Unidos nada além de boa vontade e amizade", concluiu.