
Alcolumbre critica demora de Lula e diz que Senado manterá cronograma do STF

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, divulgou neste domingo (30) uma nota oficial em que reage a insinuações vindas do Executivo sobre o processo de sabatina do indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Sem citar nomes, Alcolumbre afirma que há uma tentativa de descredibilizar o Congresso por meio de ataques públicos.
"É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo", declarou.

O senador também afirmou que essas ações fazem parte de uma estratégia antiga. "Em verdade, trata-se de um método antigo de desqualificar quem diverge de uma ideia ou de um interesse de ocasião."
Alcolumbre defendeu o respeito entre os Poderes e rejeitou qualquer tentativa de uso político do processo de escolha para o STF. "Nenhum Poder deve se julgar acima do outro, e ninguém detém o monopólio da razão. Tampouco se pode permitir a tentativa de desmoralizar o outro para fins de autopromoção, sobretudo com fundamentos que não correspondem à realidade".
Ele também mencionou que, apesar de a indicação do presidente da República ao STF já ter sido publicada no Diário Oficial da União, o Senado ainda não recebeu a mensagem formal. "Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal".
O presidente do Senado explicou que o calendário da sabatina segue o padrão de indicações anteriores. "Aliás, o prazo estipulado para a sabatina guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada".
Alcolumbre reafirmou que a decisão do Senado será tomada com independência. "Portanto, o que se espera é que o jogo democrático seja conduzido com lisura. Da parte desta Presidência, absolutamente nada alheio ao processo será capaz de interferir na decisão livre, soberana e consciente do Senado sobre os caminhos a serem percorridos".
