Os ataques contra dois petroleiros ocorridos esta semana no Mar Negro, ao largo da costa da Turquia, representam graves riscos para a segurança na região, segundo declarou em comunicado no sábado (29) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores turco, Öncü Keceli.
"Vemos com preocupação os ataques perpetrados ontem (28 de novembro) contra os petroleiros comerciais de bandeira gambiana Kairos e Virat no Mar Negro", afirmou. "Esses incidentes, ocorridos dentro da zona econômica exclusiva da Turquia no Mar Negro, representaram sérios riscos para a segurança da navegação, da vida, dos bens e do meio ambiente na região", ressaltou.
O porta-voz indicou ainda que Ancara mantém contato com as partes envolvidas para "prevenir a propagação e a escalada da guerra no Mar Negro, bem como qualquer impacto negativo nos interesses e atividades econômicas da Turquia na região".
Explosões em dois navios petroleiros
Na sexta-feira (28), o Ministério dos Transportes e Infraestruturas turco informou que dois navios petroleiros, que se dirigiam vazios para a Rússia, sofreram explosões. O chefe do órgão, Abdulkadir Uraloglu, disse à mídia local que "várias possibilidades estão sendo consideradas, como um ataque com drones, um veículo marítimo não tripulado, uma mina ou um míssil", acrescentando que "é prematuro emitir uma avaliação definitiva sobre o assunto".
Posteriormente, o Ministério informou que os 25 tripulantes a bordo do navio-tanque Kairos, que pegou fogo após a explosão, "foram evacuados sãos e salvos". O incêndio no convés exposto foi "completamente extinto, e os trabalhos de extinção e resfriamento em áreas fechadas continuam", acrescentou.
Enquanto isso, o Virat foi atacado novamente na manhã de sábado (29) e sofreu pequenos danos no lado estibordo, informaram as autoridades, acrescentando que não há incêndio a bordo e que a tripulação está em boas condições de saúde. Mais tarde, eles informaram que iniciaram uma operação de reboque do navio.
Por sua vez, a Reuters informou, citando um funcionário do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que os petroleiros foram atacados por drones navais do regime de Kiev. A mídia ucraniana informou que os ataques foram realizados por veículos de superfície não tripulados Sea Baby em uma operação conjunta da 13ª Direção Principal de Contra-espionagem Militar do SBU e da Marinha da Ucrânia.
- O Ocidente incluiu o Kairos e o Virat na lista negra por supostamente transportarem petróleo russo, violando as sanções. Moscou negou operar a chamada “frota paralela” para contornar as restrições.