
Rússia atribui a países europeus bloqueio de acordos para encerrar conflito na Ucrânia em 2022


As tentativas de encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia em 2022 foram frustradas por países europeus, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov. Em entrevista ao canal russo TVC, o diplomata afirmou que a decisão de Kiev de abandonar o processo diplomático foi "ditado, no sentido mais literal da palavra, pelos supervisores da Europa".
Ryabkov disse que, à época, Moscou e Kiev estavam próximas de alcançar entendimentos, mas que "as intrigas maliciosas das capitais ocidentais, entre as quais Londres se destacava em particular, nos impediram de chegar a uma solução naquele momento".
O diplomata acrescentou que, na avaliação russa, "agora a história se repete", apesar de o cenário militar ser diferente. Para o vice-chanceler, "as abordagens políticas desse mesmo grupo europeu de marionetes não mudaram".
Fracasso nos acordos
As negociações diretas entre as delegações dos dois países ocorreram em 2022, mas foram suspensas após a retirada da Ucrânia. Em novembro de 2023, David Arakhamia, um dos representantes ucranianos nas conversas, afirmou que a pressão do então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, influenciou a interrupção das tratativas.
O presidente russo, Vladimir Putin, também retomou o episódio ao comentar, em dezembro de 2024, que havia "acordos em Istambul em 2022" e que o documento chegara a ser rubricado pela delegação ucraniana.
Segundo ele, Kiev "se recusou a assinar" após a visita de Johnson, que teria defendido a continuidade dos combates. Conforme o mandatário russo, o movimento impediu o avanço do processo de paz e prolongou o conflito.

