
Venezuela: 'Não aceitaremos ordens, ameaças ou interferências de qualquer potência estrangeira

O governo da Venezuela declarou neste sábado (29) que não aceitará "ordens, ameaças ou interferências de qualquer potência estrangeira" no que diz respeito à administração de seu espaço aéreo e à sua soberania territorial. A afirmação foi feita em comunicado oficial divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, em resposta direta às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Caracas acusou Washington de tentar impor decisões unilaterais e extraterritoriais, sem respaldo legal, sobre o espaço aéreo venezuelano. "Nenhuma autoridade alheia à institucionalidade venezuelana tem faculdade para interferir, bloquear ou condicionar o uso do espaço aéreo nacional", afirma o documento.
A Venezuela destacou que sua soberania está protegida pelas normas da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) e pelo Convênio de Chicago de 1944, que reconhece a autoridade exclusiva dos Estados sobre sua zona aérea. O governo bolivariano advertiu que quaisquer tentativas de restrição por parte de potências estrangeiras violam o Direito Internacional.
Além disso, Caracas denunciou que as declarações de Trump representam um ato hostil e arbitrário, classificando-as como uma "ameaça explícita de uso da força”"que compromete a paz e a estabilidade na América Latina e no Caribe. O texto cita a Carta das Nações Unidas para reforçar que medidas coercitivas desse tipo são ilegítimas.
O governo venezuelano concluiu reafirmando que continuará defendendo seus direitos soberanos com base na legalidade internacional, e que não permitirá a imposição de decisões externas que afetem sua integridade territorial ou sua política aeronáutica.
