Cuba denuncia interferência eletromagnética dos EUA no Caribe

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, acusou neste sábado (29) os Estados Unidos de gerar uma "persistente interferência eletromagnética" no espaço aéreo do Caribe, especificamente sobre a Venezuela, em meio ao envio de tropas americanas para a região, qualificado por Caracas como uma agressão para se apoderar de seus recursos.

"Denunciamos a interferência eletromagnética persistente no Caribe, particularmente sobre o espaço aéreo da Venezuela, provocada pelo ofensivo e extraordinário desdobramento militar dos EUA na região", escreveu no seu perfil no X.

Trump: 'Espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela deve ser fechado'

Da mesma forma, Rodríguez sustentou que essas medidas constituem uma "escalada da agressão militar e da guerra psicológica contra o território venezuelano, destinadas a derrubar pela força o governo legítimo dessa nação irmã da nossa América".

O governo de Donald Trump intensificou neste sábado (29) sua agressão contra a Venezuela, anunciando o fechamento total do espaço aéreo sobre e ao redor do país caribenho. Essa medida faz parte da operação militar massiva desencadeada por Washington na região, que foi veementemente condenada por Caracas, bem como por governos e organismos internacionais.

Ameaças à Venezuela

• Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

• Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
• Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

• Maduro denunciou recentemente que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar das imensas riquezas petrolíferas e gasíferas da Venezuela.

• As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.