UE alerta Ucrânia sobre necessidade de combater corrupção para avançar em adesão ao bloco

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A União Europeia enviou um recado direto à Ucrânia: o avanço do país rumo à adesão ao bloco dependerá de resultados concretos no combate à corrupção de alto escalão. O alerta foi feito pelo comissário europeu de justiça, Michael McGrath, em entrevista publicada pelo POLITICO nesta sexta-feira (28).

A declaração ocorre no momento em que Kiev enfrenta um novo escândalo envolvendo cerca de US$ 100 milhões (R$ 534 milhões). No mesmo dia da entrevista, as agências ucranianas de combate à corrupção, o Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) e a Procuradoria Especial Anticorrupção (SAP), realizaram buscas em propriedades de Andrey Yermak, chefe de gabinete do líder do regime, Vladimir Zelensky. Yermak renunciou horas depois.

Segundo McGrath, o cumprimento dos padrões europeus é indispensável para qualquer país candidato. Ele afirmou que "não haverá tratamento especial" e que os "padrões de Estado de Direito" se aplicam integralmente. O comissário destacou que "tem de haver, em todo país candidato, um sistema robusto para lidar com casos de corrupção em alto nível", incluindo investigações eficazes, processos e condenações.

O escândalo atual envolve uma investigação sobre um suposto esquema liderado por Timur Mindich, ex-associado empresarial de Zelensky. De acordo com NABU e SAP, o grupo é suspeito de desviar recursos da Energoatom, operadora estatal de energia nuclear dependente de auxílio ocidental. Mindich deixou o país pouco antes de suas propriedades serem alvo de buscas.

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Questionado sobre o desempenho da Ucrânia no combate à corrupção, McGrath afirmou apenas que a UE mantém "uma relação muito aberta e honesta com as autoridades ucranianas" e que Bruxelas acompanha o processo de perto.

"Acho que eles estão fazendo os maiores esforços para atingir o padrão exigido. É uma jornada", declarou.

A exigência de avanços concretos na área é uma das condições centrais para que Kiev avance nas negociações de adesão, promessa política marcante desde a mudança de regime após o Maidan, em 2014.