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Pólvora à bomba atômica: Putin diz que ciência precisa ultrapassar o controle dos países

Em discurso, afirmou que conhecimento tecnológico tende a se tornar patrimônio coletivo.
Pólvora à bomba atômica: Putin diz que ciência precisa ultrapassar o controle dos paísesLegion-media.ru / Gavriil Grigorov/Kremlin Pool

O 5º Congresso Internacional de Jovens Pesquisadores foi encerrado nesta sexta-feira (28), no centro científico Sirius, com um discurso do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que enfatizou a expansão e o impacto internacional do encontro. O evento reuniu oito mil participantes de mais de 100 países, número que, segundo o mandatário, confirma o sucesso da iniciativa lançada há cinco anos.

Putin afirmou que, ao planejar o congresso, o objetivo era criar um evento "sério, abrangente e capaz de despertar interesse" entre jovens pesquisadores. Ele destacou que o crescimento do encontro superou expectativas.

"Francamente, ainda me surpreende que oito mil pessoas de mais de 100 países já tenham se reunido para este 5º Congresso", disse.

Diversidade de áreas

Ao comentar as áreas científicas presentes no evento, o presidente citou a ampla participação de universidades e institutos de pesquisa russos, além da diversidade temática. Os participantes representaram campos como biotecnologia, ciência dos materiais e energia. Para Putin, a variedade mostrou a importância do congresso, que classificou como "um dos eventos mais prestigiosos e importantes realizados" no país.

O presidente também abordou pesquisas sensíveis, incluindo as ligadas à indústria de defesa. Ele reconheceu que Estados tentam manter tais informações sob sigilo, mas argumentou que, historicamente, avanços tecnológicos acabam se disseminando globalmente.

Putin citou a pólvora – "inventada na China e, por mais que as autoridades da época tentassem suprimi-la, todos acabaram tendo acesso a ela" – e as armas nucleares, cujos inventores "compartilharam essa informação quase que deliberadamente para criar um equilíbrio no mundo".

Ao longo do discurso, o mandatário russo reforçou a ideia de que conhecimento científico exerce influência além das fronteiras nacionais e tem potencial para promover estabilidade internacional.

Segundo ele, o desenvolvimento tecnológico, mesmo quando nasce em áreas restritas, tende a se tornar patrimônio coletivo, o que contribui para o avanço de todo o mundo.