
Kremlin: Rússia negocia atualmente sobre Ucrânia apenas com Estados Unidos

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta sexta-feira (28) que, no momento, Moscou está conduzindo as negociações sobre a Ucrânia exclusivamente com Washington.

"Nesta fase, estamos falando de negociações com os americanos", indicou o porta-voz em entrevista. Peskov observou que as resoluções do Parlamento Europeu sobre a necessidade de trazer a Europa à mesa de negociações não podem ser levadas em consideração neste momento.
O porta-voz enfatizou que Moscou considera a "missão de paz" do presidente dos EUA, Donald Trump e dos esforços de seus aliados como elementos cruciais no processo de resolução do conflito ucraniano: "Estamos nos preparando precisamente para esses contatos", afirmou.
Peskov confirmou que a Rússia está recebendo certas propostas que são posteriormente acordadas no âmbito das discussões sobre o plano de paz dos EUA para a Ucrânia. No entanto, ao falar sobre o plano de paz de Trump, o porta-voz observou que "muitas coisas" estão sendo ventiladas pela mídia, mas que a maioria delas não são verdadeiras.
Peskov havia relatado anteriormente que Washington forneceu a Moscou os principais parâmetros do plano de paz acordado com o regime de Kiev em Genebra. Segundo o porta-voz, os documentos serão discutidos na próxima semana em Moscou. Peskov acrescentou que a Rússia não planeja divulgar publicamente todos os detalhes dos potenciais parâmetros que serão discutidos durante as negociações destinadas a resolver a crise ucraniana.
Plano de paz de Trump
O periódico americano Axios publicou no dia 20 de novembro o texto integral do plano de paz de 28 pontos para o conflito ucraniano, supostamente elaborado por Washington e amplamente discutido na mídia internacional nos últimos dias.
O plano inclui o reconhecimento da Crimeia e de Donbass como territórios legítimos da Rússia e a renúncia dessa região pelo regime de Kiev, que deverá realizar eleições na Ucrânia após o acordo. Ele também prevê a proibição de certos tipos de armamentos por Kiev e a redução de seu exército, além do impedimento de entrada do país na OTAN.
As sanções ocidentais contra a Rússia seriam gradualmente levantadas a partir de discussões caso a caso.
Também é abordada a concessão do status de língua oficial ao russo e o reconhecimento formal da Igreja Católica Ortodoxa da Ucrânia, atualmente perseguida no país.
As supostas alterações ao texto original ainda não foram reveladas ou confirmadas.
Entenda o teor do plano de paz proposto por Trump.
