Gelo de 6 milhões de anos é encontrado na Antártida

Bolhas microscópicas de ar antigo estão preservadas no gelo. Sua composição química ajuda a reconstruir como era a atmosfera da Terra muito antes do surgimento dos humanos.

Uma equipe internacional de cientistas extraiu uma amostra através de um furo na região de Allan Hills, na Antártica Oriental. Eles analisaram os núcleos de gelo cilíndricos e determinaram que o gelo tem até 6 milhões de anos — as amostras mais antigas do planeta com datação direta.

Bolhas microscópicas de ar antigo estão preservadas no gelo. Sua composição química ajuda a reconstruir como era a atmosfera da Terra muito antes do surgimento dos humanos.

A análise da rocha já revelou que as temperaturas na região eram aproximadamente 10-14°C mais altas na época. Além disso, existe uma segunda amostra cuja idade ainda não foi determinada — ela praticamente não contém gases e pode ser ainda mais antiga.

Durante o estudo, os cientistas extraíram três núcleos de gelo após passarem vários meses em condições de campo adversas. Esses dados são quase duas vezes mais antigos que o registro anterior — amostras que datam de 2,7 milhões de anos.

Uma janela para o passado

Em laboratório, pesquisadores estudaram isótopos de argônio e oxigênio preservados em bolhas de ar. A análise revelou que as temperaturas nessa região caíram aproximadamente 12°C nos últimos 6 milhões de anos. Isso confirma que a Terra já foi significativamente mais quente do que é hoje.

Uma amostra em particular se mostrou intrigante: não continha gases, sugerindo que poderia ser água congelada antiga, em vez de uma camada de gelo típica. Se for esse o caso, a idade da amostra poderia ultrapassar 6 milhões de anos, abrindo uma janela para um passado ainda mais remoto.