EUA entregam à Rússia plano de paz acordado com Kiev

O porta-voz do Kremlin confirmou que os documentos firmados em Genebra serão discutidos na próxima semana, em Moscou.

Washington entregou a Moscou os principais parâmetros do plano de paz acordado com o regime de Kiev em Genebra, anunciou nesta sexta-feira (28) o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

"Os principais parâmetros foram entregues e haverá conversas em Moscou na próxima semana", afirmou Peskov durante uma coletiva de imprensa, sinalizando o primeiro contato das autoridades russas com o plano de paz por canais oficiais.

Ele acrescentou que Moscou não planeja divulgar publicamente todos os detalhes dos parâmetros potenciais a serem discutidos durante as negociações para resolver a crise ucraniana.

O porta-voz enfatizou que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, tem um problema de legitimidade e não demonstra vontade política para realizar eleições na Ucrânia, uma das condições inicialmente previstas no plano de paz elaborado pela Casa Branca. Entrentanto, "todos, é claro, desejam e preferem que tudo caminhe para uma resolução pacífica", disse ele.

Anteriormente, na terça-feira (25), o Kremlin demonstrou ciência de que o plano original já havia sido alterado, após tratativas com Zelensky e representantes europeus em Genebra no domingo (23).

"Entendemos que alguns ajustes estão sendo feitos no texto que foi publicado. Entendemos que o texto que recebemos anteriormente de forma não oficial já sofreu alterações, mas, em algum momento, provavelmente chegará a hora em que serão feitos contatos com os americanos e receberemos oficialmente alguma informação. Por enquanto, não temos novidades", enfatizou Peskov.

Plano de paz de Trump

O periódico americano Axios publicou no dia 20 de novembro o texto integral do plano de paz de 28 pontos para o conflito ucraniano, supostamente elaborado por Washington e amplamente discutido na mídia internacional nos últimos dias.

O plano inclui o reconhecimento da Crimeia e de Donbass como território legítimo da Rússia e a renúncia dessa região pelo regime de Kiev, que deverá realizar eleições na Ucrânia após o acordo. Ele também prevê a destituição da Ucrânia de categorias importantes de armamento e a redução de seu exército, em medidas de desescalada que se somam ao impedimento de entrada do país na OTAN.

As sanções ocidentais contra a Rússia seriam gradualmente levantadas, a partir de discussões caso a caso.

Também é abordada a concessão ao idioma russo do status de língua oficial e o reconhecimento formal da Igreja Católica Ortodoxa da Ucrânia (COU), atualmente perseguida.

As supostas alterações ao texto original ainda não foram reveladas ou confirmadas.

Entenda o teor do plano de paz proposto por Trump.