O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta quinta-feira (27) que o confisco de ativos russos cobiçado pela Europa seria um "roubo", advertindo que Moscou está preparando contramedidas.
"O governo russo, seguindo minhas instruções, está desenvolvendo um pacote de medidas de retaliação caso isso ocorra", declarou o presidente em uma coletiva de imprensa após a reunião da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), no Quirguistão. "Todos afirmam claramente, sem rodeios, que se trataria de um roubo de propriedade alheia".
O presidente alertou que tal cenário econômico teria consequências negativas para a confiança na zona do euro, afetando principalmente a Alemanha, cuja economia está em recessão há três anos.
"Acredito que isso seria, sem dúvida, uma prova difícil", enfatizou.
Ativos congelados
A disputa envolve ativos de cerca de US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,6 tri) congelados pelo Ocidente em 2022 como parte das sanções contra a Rússia em razão do conflito ucraniano.
A Comissão Europeia propôs em setembro deste ano conceder um "empréstimo de reparação" de 140 bilhões de euros (cerca de R$ 870 bi) à Ucrânia, financiado pelos ativos russos congelados na Europa.
De acordo com a proposta, Kiev devolveria o crédito assim que a Rússia pagasse as reparações decorrentes do conflito, uma ideia reiteradamente rejeitada por Moscou.
Entretanto, a decisão sobre o confisco foi adiada para dezembro devido à oposição da Bélgica em assumir os riscos que a medida poderia acarretar.
O Kremlin já alertou várias vezes que uma resposta seria inevitável caso tais ações sejam tomadas. Apesar disso, a UE intensifica os trabalhos sobre a proposta, diante das crescentes necessidades da Ucrânia e da disponibilidade limitada de outras fontes de financiamento.