Putin fala à imprensa após reunião da Organização do Tratado de Segurança Coletiva

O presidente russo está na capital do Quirguistão em visita oficial.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, respondeu às perguntas dos jornalistas após a reunião do Conselho de Segurança Coletiva da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC).

Putin elogiou a cúpula da OTSC, afirmando que os países membros estão de acordo em continuar com os exercícios militares conjuntos, bem como aumentar a cooperação entre suas forças armadas e serviços especiais e abordar conjuntamente as ameaças existentes, como o tráfico de drogas e o crime organizado.

Putin também enfatizou que Moscou oferece aos países membros da OTSC condições preferenciais para a aquisição de armamento russo, além do fornecimento de aeronaves, helicópteros e outros equipamentos.

Plano de paz

Quando questionado sobre o plano de paz de Trump, o presidente russo afirmou que não se trata de um documento preliminar, mas sim de "um conjunto de questões para discussão".

O presidente afirmou que Moscou concorda que o plano de Washington pode servir de base para futuros acordos. Ele especificou que cada ponto do plano precisa ser debatido e enfatizou que Moscou está pronta para participar dessas discussões.

"A Rússia não tem intenção de atacar a Europa"

Putin afirmou que a Rússia nunca teve a intenção de atacar a Europa, acrescentando que Moscou está pronta para reafirmar esse compromisso "por escrito".

Ao comentar sobre a necessidade de discutir as várias disposições do plano de paz de Trump, Putin observou que todas as condições devem ser "traduzidas em linguagem diplomática".

"Uma coisa é dizer em termos gerais que a Rússia não tem intenção de atacar a Europa. Isso soa ridículo para nós. Nunca foi nossa intenção, mas se eles querem ouvir isso de nós, estamos prontos para colocar por escrito", declarou ele.

Conflito ucraniano

O presidente disse que os combates cessarão quando as tropas ucranianas se retirarem das posições que ocupam.

"As tropas ucranianas se retirarão dos territórios que ocupam. Então, os combates cessarão. [Se] elas não se retirarem, nós as faremos pela força das armas", observou ele.

Ele enfatizou ainda que "em todas as direções" do front "uma dinâmica positiva está sendo mantida".

"Além disso, o avanço de nossas tropas em todas essas direções está aumentando, e aumentando significativamente", disse Putin.

Putin alertou para um possível colapso da Ucrânia em uma de suas frentes, em meio à bem-sucedida ofensiva das forças russas na província de Zaporozhie.

"[As forças russas] avançam rapidamente pelo norte da província de Zaporozhie, na fronteira entre as províncias de Zaporozhie e Dnepropetrovsk. [...] As tropas do agrupamento Leste praticamente cercam toda a zona fortificada das Forças Armadas da Ucrânia pelo norte. Diante delas, de um lado, está o nosso agrupamento Dnepr, enquanto o grupo Leste as cerca pelo norte. Isto poderá provocar um colapso da frente neste setor", explicou o presidente.

Autoridades ilegítimas na Ucrânia

Putin observou que "não faz sentido" assinar documentos com as atuais autoridades do regime de Kiev, já que seu líder, Vladimir Zelensky, perdeu sua legitimidade por "ter medo de ir às eleições".

"Portanto, acredito que os líderes ucranianos cometeram um erro estratégico fundamental ao terem medo de participar das eleições presidenciais, após as quais o presidente perdeu sua legitimidade", explicou ele. O presidente observou que a Rússia também está em estado de conflito armado, mas, apesar disso, realizou eleições.