
Brasil condena 'golpe de Estado' na Guiné-Bissau e pede diálogo

O governo brasileiro lamentou na quinta-feira (26) a suspensão do processo eleitoral na Guiné-Bissau e a tentativa de tomada violenta do poder por um grupo das forças armadas no mesmo dia.

Golpe militar
Homens armados invadiram a sede da comissão eleitoral e tentaram atacar o Palácio da República após o primeiro turno das eleições presidenciais. Com a votação realizada no domingo (23), o líder do regime, Umaro Sissoco Embaló, e seu principal adversário, Fernando Dias, reivindicaram a vitória.
Embaló afirmou à TV France 24 que havia sido deposto por militares que disseram assumir o controle do país sob acusação de manipulação do processo eleitoral.
Reações de Brasília
A declaração do grupo, que se identifica como “Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e da Ordem Pública”, foi recebida "com preocupação" pelo Itamaraty, que apelou pelo diálogo em defesa da ordem institucional.
A nota do ministério, intitulada "Golpe de Estado na Guiné-Bissau", aponta a percepção de ilegitimidade do atual comando militar e indica possível resistência de Brasília em reconhecer um resultado conduzido pela junta.
O governo brasileiro já havia adotado posição semelhante em crises anteriores na Guiné-Bissau, que registrou ao menos nove golpes entre 1974 e 2020. Em 2012, após a deposição do presidente interino Raimundo Pereira e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, o Itamaraty condenou as "ações de subversão" e seguiu a resolução da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual os dois países são membros.
