Chefe do Pentágono ameaça a qualquer pessoa que entrar com drogas nos EUA: 'Vamos matá-los'

O secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, fez uma nova ameaça nesta quarta-feira (26) contra pessoas que entrarem com drogas no país, afirmando que o governo tem "todo o direito do mundo" de "matar" os envolvidos nesses crimes.

Hegseth afirmou que Washington está "empenhada no combate aos cartéis" e que o crime "não conhece fronteiras", seja nos Estados Unidos ou no Caribe. O secretário disse ainda que a cooperação com os governos locais será fundamental para perseguir os "narcoterroristas" e garantir a segurança nacional.

"O presidente Trump acredita em um princípio claro: paz pela força. A paz se conquista sendo forte. E se você for um narcoterrorista que quer trazer drogas para os Estados Unidos da América, nós o encontraremos, o puniremos e o eliminaremos, porque temos todo o direito de fazê-lo", disse o chefe do Pentágono.

"Se você estiver envolvido nessa conduta, nós o mataremos", afirmou.

Hegseth afirmou que a Casa Branca tem "muitos advogados, muitos analistas de inteligência" e sabe "exatamente" quem está visando e por quê.

O chefe do Pentágono chegou ao Caribe apenas um dia depois de o Chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, ter concluído uma breve visita a Porto Rico e Trinidad e Tobago; este último país localizado a poucos quilômetros da Venezuela, do outro lado do mar.

As ações coincidem com uma reportagem recente da Reuters que indica que os EUA estão prontos para lançar uma nova fase de operações contra a Venezuela nos próximos dias.

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Cronologia dos ataques

• Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, alegando sua suposta disposição em combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.

• Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.

• Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.

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• As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.

• Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como Colômbia, México e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.