
EUA alertam para 'derrota iminente' da Ucrânia no conflito com a Rússia – NBC

Em reunião realizada no fim de novembro em Kiev, o secretário do Exército dos Estados Unidos, Dan Driscoll, advertiu autoridades ucranianas sobre um possível colapso militar diante da ofensiva russa, segundo informações divulgadas pela NBC News na terça-feira (25).
De acordo com duas fontes citadas pelo canal, Driscoll afirmou que as tropas ucranianas enfrentavam "uma situação crítica" e poderiam sofrer "derrota iminente".
A avaliação foi apresentada após a entrega de um plano de paz apoiado pelos EUA e visto por Kiev como concessão excessiva a Moscou. Uma das fontes resumiu a mensagem como: "vocês estão perdendo e precisam aceitar o acordo". A Ucrânia, porém, recusou o plano em sua forma inicial, que desde então vem sendo revisado.

Divergências na gestão Trump
A reunião expôs um racha interno no governo Trump sobre como encerrar a o conflito. Segundo o canal, uma ala liderada pelo vice-presidente JD Vance e pelo enviado especial Steve Witkoff pressiona por maiores concessões ucranianas. Outro grupo, representado pelo secretário de Estado Marco Rubio, atribui a responsabilidade do conflito à Rússia e defende manter pressões e sanções.
O próprio presidente Donald Trump tem alternado posições. Em publicação, ele afirmou que o plano foi "aperfeiçoado" e que pretende se reunir com Vladimir Zelensky e Vladimir Putin "quando o acordo estiver finalizado ou em seus estágios finais".
O plano inicial, composto por 28 pontos, ganhou repercussão após vazamento. A NBC News relatou que o documento foi discutido em Miami entre Kirill Dmitriev, enviado de Vladimir Putin, e Witkoff. O texto incluía pontos como cessão de território por parte da Ucrânia e renúncia à entrada na OTAN, além de trechos que contrariavam posições anteriores de Washington.
Após pressão de diplomatas europeus e de parlamentares americanos, Rubio conduziu negociações em Genebra e articulou mudanças substanciais. O plano passou a ter 19 pontos, e autoridades ucranianas passaram a adotar tom mais positivo. Em publicação citada pelo canal, Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, afirmou que as delegações alcançaram "entendimento comum".
Driscoll seguiu para Abu Dhabi, onde se reuniu com representantes russos. Já o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, sinalizou possível recuo, alegando que a nova versão do plano contrariaria entendimentos discutidos em agosto entre Trump e Putin.
A NBC News relatou ainda que disputas similares já ocorreram em outras iniciativas diplomáticas. O ex-embaixador dos EUA na Ucrânia William Taylor afirmou ao canal que a divisão interna pode dificultar a formulação de uma política consistente.
"Se a divisão persistir, será muito difícil perseguir uma política coerente", afirmou.

