Kremlin: muitos tentarão sabotar acordo de paz para conflito ucraniano

O porta-voz da presidência russa aconselhou jornalistas a não "exagerar a importância" dos vazamentos sobre o plano de paz de Trump, embora tenha alertado para a influência de outros interesses.

O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira (26) que um grande número de pessoas em diferentes países tentará minar o acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

Respondendo a uma pergunta sobre os vazamentos relacionados às discussões do plano de paz de Donald Trump, o porta-voz afirmou que não se deve "exagerar a importância" deles, mas previu que "haverá um grande número de pessoas em vários países, incluindo os Estados Unidos, que tentarão frustrar o caminho à paz".

Vazamentos

Por sua vez, o assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, repudiou e descreditou o vazamento de informações de conversas com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff. 

"Algumas dessas divulgações são falsas, enquanto sobre outras me recuso completamente a comentar, pois, por exemplo, minhas conversas com Witkoff são confidenciais", declarou. "Ninguém deveria torná-las públicas".

Os jornalistas perguntaram a Ushakov como é possível negociar com os americanos se há vazamentos constantes, inclusive de conversas telefônicas. Ele respondeu que tais vazamentos são "inaceitáveis", especialmente quando se discutem "assuntos tão sérios".

Plano dos EUA

O plano inclui o reconhecimento da Crimeia e Donbass como territórios russos legítimos, a renúncia de Kiev a vários armamentos estratégicos, o reconhecimento da língua russa como idioma oficial na Ucrânia e o reconhecimento da Igreja Ortodoxa Ucraniana Canônica (UPTs), hoje perseguida pelo regime de Kiev.

O acordo prevê também que a Ucrânia não ingresse na OTAN; o levantamento gradual das sanções impostas à Rússia; a realização de eleições presidenciais na Ucrânia 100 dias após o acordo entrar em vigor; bem como a redução do número de efetivos do exército ucraniano.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou na segunda-feira (24) em conversa com seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, que as propostas de Washington "podem servir de base para um acordo de paz definitivo".

A CBS News informou na terça-feira (24), citando um oficial do governo norte-americano, que o regime de Kiev "aceitou um acordo de paz" dos EUA. Nesse contexto, Zelensky indicou no mesmo dia que deseja se reunir com Trump para tratar de "questões sensíveis" do documento.

Saiba mais sobre o plano de paz de Trump para o conflito ucraniano em nosso artigo.