
Maduro exalta poder militar inédito após 'semanas de agressão imperialista'

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exaltou o poderio militar e a resistência do país contra "17 semanas de agressão imperialista", reafirmando sua condenação da escalada militar americana no Mar do Caribe durante a celebração do Bicentenário de entrega da Espada do Peru ao libertador Símon Bolívar, na terça-feira (25).

"Hoje é um dia verdadeiramente especial porque esta nação tem uma memória viva, uma consciência viva. Mas essa memória não nos permite permanecer inativos", afirmou o presidente durante o evento público na Universidade Militar Bolivariana da Venezuela.
"Durante estas 17 semanas de agressão imperialista, guerra psicológica e loucura hegemônica, esta nação construiu uma consciência forte, uma vontade forte; um enorme poder político e social; e um enorme poder militar que nunca tivemos antes, na forma que temos hoje".
Ressaltando o uso dessa força em favor de um "projeto libertário, libertador e unionista para a nossa América", Maduro pediu aos presentes — militares, jovens, trabalhadores, ativistas e comunidades organizadas — que fizessem um juramento "pela paz bolivariana perpétua", comprometendo-se a oferecer "todo o seu esforço pela vitória da Venezuela".
"Juro pela memória histórica de nossos ancestrais que a vitória será nossa e que poderemos dizer com Bolívar: 'Triunfamos novamente. Somos livres.' Eu juro".
Cronologia dos ataques
- Em agosto, os Estados Unidos enviaram contingentes militares para a costa da Venezuela, alegando disposição de combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a lanchas no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, provocando dezenas de mortes.
- Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto cartel de drogas. As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
- Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou Maduro, em resposta.
- O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais, em violação ao que consagra o direito internacional. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
