Notícias

Em meio às agressões dos EUA, Venezuela fortalece laços com China

"Este momento serviu para aprofundar e fortalecer essa cooperação em todas as frentes", destacou o presidente venezuelano Nicolás Maduro, ao falar sobre a cooperação com o gigante asiático.
Em meio às agressões dos EUA, Venezuela fortalece laços com ChinaGettyimages.ru / Pedro Mattey/Anadolu/Suo Takekuma - Pool

As recentes agressões dos EUA contra a Venezuela levou ao reforço dos laços bilaterais entre o país sul-americano e a China, que há anos mantêm uma "relação estratégica sólida e inabalável", afirmou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na segunda-feira (24).

"Este momento tem sido uma oportunidade para aprofundar [a relação China-Venezuela] e fortalecê-la em todas as frentes", disse.

Em seu programa "Con Maduro+", o presidente classificou a relação com Pequim como "estratégica e à prova de tudo", destacando uma carta pessoal de solidariedade enviada pelo presidente Xi Jinping.

Maduro afirmou que a carta reafirma, "parágrafo por parágrafo", a solidariedade e o apoio da China à Venezuela.

O presidente também relatou o encontro durante as celebrações do Dia da Vitória em Moscou, em maio, quando conversou por uma hora e meia com Xi Jinping e Vladimir Putin. "Não comemos, só conversamos sobre todos os temas", disse, recordando que se conheceram nos anos 2000, quando Xi visitou Caracas como vice-presidente chinês.

No sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou a carta pessoal de felicitações de Xi Jinping a Maduro.

Na carta, o presidente chinês afirmou, entre outros pontos, que "a China e a Venezuela são amigas, irmãs próximas e boas parceiras", reiterando que Pequim "rejeita categoricamente a interferência de forças externas nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto" e reafirmando seu apoio "resoluto" ao país na defesa de "sua soberania e segurança nacional, dignidade nacional e estabilidade social".

Cronologia de agressão americana

  • Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o alegado pretexto de combater o narcotráfico. Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostos lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, deixando dezenas de mortos.
  • Washington acusou Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Em meados de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano. Em resposta, Maduro perguntou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos?" "Alguém acredita que a CIA não conspira contra o comandante [Hugo] Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
  • O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, supostamente para combater o narcotráfico, que resultaram em mais de 60 mortos. Especialistas e governos classificaram os ataques como execuções extrajudiciais. As ações e pressões de Washington foram classificadas por Caracas como uma agressão, que questiona a real razão por trás das operações.
  • Os bombardeios também foram criticados pelos governos de países como ColômbiaMéxico e Brasil, bem como por peritos da ONU, que afirmaram tratar-se de "execuções sumárias", em violação ao que consagra o direito internacional.