
Lavrov: 'União Europeia tem mentalidade colonial'

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou nesta terça-feira (25) que a União Europeia "tem uma mentalidade colonial" ao abordar questões de segurança na região.
O ministro reiterou que o "foco eurasiático para a segurança é o único promissor", mas enfatizou a importância de "não impor nada a ninguém".
"Abrimos nossas portas, ouvimos a todos e tentamos formular um conceito para uma arquitetura futura que seja adequada a todos os países do continente", explicou ele.
A "mentalidade colonial" da UE
Lavrov afirmou ainda que a UE "tem uma mentalidade colonial" e "não quer trabalhar na coordenação de focos comuns".

"Lembro-me de quando ainda tínhamos um sistema complexo de relações com a União Europeia, com várias estruturas, e propusemos discutir a Transcaucásia e a Ásia Central. Mas a UE evitou tudo isso", disse Lavrov.
"Eles não se consideram obrigados a respeitar o que os países de uma determinada região fazem entre si", continuou, reiterando que Moscou não considera as perspectivas dos modelos euro-atlânticos propostos pelo bloco europeu.
Nesse sentido, ele defendeu a proposta de segurança eurasiática, que leva em conta um "espaço geopolítico único". "A abordagem para garantir a segurança deve ser unificada e refletir um equilíbrio de interesses para todos os países do continente, e não depender dos desejos — neste caso, da parte ocidental da Eurásia, que [busca] impor tudo a todos".
Incapacidade da UE de resolver o conflito ucraniano
Ao mesmo tempo, Lavrov afirmou que a Europa tem falhado nas negociações para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia há mais de uma década.
O ministro lembrou que, sempre que se avançava na resolução do conflito, "quando se chegavam a acordos – fossem eles temporários ou mais duradouros e de longo prazo – esses acordos eram sabotados".
"E agora, quando nossos colegas europeus declaram em alto e bom som: 'Não haverá um novo Minsk, nada pode ser resolvido sem a Europa, porque isso nos afeta diretamente', fica claro que a Europa falhou em todos os aspectos desde 2014", afirmou.
