
Lavrov: Europa fracassou em todos os aspectos da resolução do conflito ucraniano

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou nesta terça-feira (25) que a Europa fracassou nas negociações para uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia que já dura mais de uma década.
O ministro lembrou que, sempre que se avançava na resolução da crise, "quando se chegava a um acordo — fosse provisório ou mais sólido e duradouro — ele era sabotado".

"E agora, quando nossos colegas europeus proclamam em voz alta: 'Não haverá um novo [acordo de] Minsk, não se pode decidir nada sem a Europa pois isso nos diz respeito diretamente', acontece que a Europa falhou em todos os aspectos desde 2014", disse.
"Reviravoltas incomuns" da democracia europeia
Lavrov destacou que "foi precisamente a Europa" que liderou a coordenação do acordo para a resolução da crise política na Ucrânia em fevereiro de 2014 entre o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych e a oposição, um plano destinado a pôr fim à violência e resolver a profunda crise política do Euromaidan.
"Foi precisamente a Europa que colocou suas assinaturas de garantia no documento que Yanukovych e os opositores assinaram", lembrou o ministro.
Lavrov acrescentou que, na manhã seguinte, quando a oposição, violando tudo o que havia sido acordado, tomou os prédios do governo, "a Europa simplesmente deu de ombros". Segundo o ministro russo, em resposta aos questionamentos de Moscou sobre o que estava acontecendo, por que os garantidores permaneciam em silêncio e por que não exigiam responsabilidades da oposição, a Europa respondeu: "Às vezes, a democracia assume formas e rumos muito incomuns".
A Europa perdeu a chance de ser uma pacificadora
O chanceler russo lembrou que os acordos de Minsk, negociados em 2014-2015 em Belarus por representantes da Ucrânia, Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), com a mediação da Alemanha e da França, também foram sabotados.
"Foi precisamente a Europa que destruiu os acordos de Minsk. Eles reconheceram isso abertamente, embora a França e a Alemanha também fossem garantidores. E, em seu nome, a União Europeia, ou seja, a Europa", afirmou.
Lavrov enfatizou que a Europa adotou a mesma posição em abril de 2022, quando o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson dissuadiu Vladimir Zelensky a assinar com a parte russa em Istambul os acordos que a própria delegação ucraniana havia proposto para a resolução do conflito.
"Por isso, quando agora a Europa diz: 'Não ousem fazer nada sem nós', vocês já tiveram sua chance, rapazes, e não a aproveitaram, simplesmente a desperdiçaram", concluiu.
Saiba mais sobre o plano de paz de Trump para o conflito ucraniano em nosso artigo.

