O Partido Liberal (PL) anunciou uma ampla mobilização em torno da votação do projeto de lei sobre "anistia ampla" aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser preso preventivamente no sábado (22), informou a imprensa.
Representantes do partido se reuniram nesta segunda-feira (24) com o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e com advogados de Bolsonaro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que o tema da anistia tornou-se o "objetivo único" do partido. "Não abrimos mão de buscar isentar essas punições absurdas que estão sendo impostas a pessoas inocentes. Ainda mais depois desse último ato, dessa decisão, de tirar o presidente Bolsonaro da prisão domiciliar com base na intolerância religiosa", afirmou o parlamentar.
O senador declarou que o partido usará seus "artifícios regimentais" no Congresso para aprovar a anistia, rejeitando a ideia de "Dosimetria", que envolve a redução de penas. "O que nós sempre pedimos é que a diplomacia prevalecesse. (...) Pauta, inicia o processo, não temos compromisso nenhum com a dosimetria. O nosso compromisso é com a anistia, e que vença quem tiver mais votos (...)", afirmou.
Flávio alegou que a interpretação do ministro Alexandre de Moraes, que decretou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, foi "errada". Em sua decisão, o juiz da Suprema Corte entendeu que a convocação de uma vigília na residência do ex-presidente poderia dificultar uma eventual prisão ao final do processo, devido à mobilização popular nos arredores de sua casa.
"Nós nunca tivemos a intenção de fazer qualquer tumulto próximo ao condomínio do presidente Bolsonaro, mas sim orar porque nós acreditamos, fomos buscar força na nossa fé para atravessar esse momento difícil", argumentou Flávio.
- Bolsonaro foi preso no sábado (22) após tentativa de remover a tornozeleira eletrônica e diante de uma vigília convocada pelo filho, senador Flávio Bolsonaro, que poderia causar tumulto e facilitar fuga.
- A Polícia Federal (PF) pediu a prisão para preservar a ordem pública, com apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR). No domingo (23), audiência de custódia manteve a detenção, sem avaliar o mérito da acusação.
- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter nesta segunda-feira (24), por unanimidade, a prisão preventiva do ex-presidente.