'Perseguição': Ramagem, foragido nos EUA, comenta prisão de Bolsonaro

O deputado federal e ex-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL-RJ), afirmou no domingo (23) estar nos Estados Unidos "com a anuência e o conhecimento do governo americano", diante de sua condenação a 16 anos de prisão, com a decretação de prisão preventiva, por tentativa de golpe de Estado.

Foragido e exercendo seu mandato de forma remota, Ramagem deixou o Brasil em setembro, contra determinação da Justiça.

"É lógico que eu não ia ficar no Brasil, com as minhas filhas me vendo ser preso sem ter cometido crime algum e sofrendo diante de uma ditadura", justificou o deputado, em conversa com Allan dos Santos, também foragido da Justiça.

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Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) durante o governo Bolsonaro, Ramagem foi acusado de utilizar a estrutura da agência em favor do esquema criminoso.

O acórdão da condenação escreve que "há elementos que denotam o uso da estrutura estatal para interferência em investigações particulares, a indicar desvio de finalidade em favor de uma posição ideológica, com a anuência e durante a gestão de Alexandre Ramagem."

"Basicamente era muito disso que nós fizemos. É levar a ABIN para a administração pública, para o contato com a administração pública", disse Ramagem a Allan.

Prisão preventiva de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justificou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro no sábado (22) mencionando risco de fuga. Além da violação de tornozeleira eletrônica e a convocação de vigília em seu condomínio, Moraes fez referência à fuga de aliados políticos do ex-presidente para o exterior como fator de risco, dentre eles Ramagem.

"A prisão preventiva de Bolsonaro é ilegal, inconstitucional e abusiva", acusou o deputado. "Ele menciona Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e eu. Há quanto tempo o Eduardo Bolsonaro já está nos Estados Unidos? Então isso não é um um fundamento".