
Papa Leão XIV pede libertação dos reféns sequestrados na Nigéria e no Camarões: 'grande dor'

O Papa Leão XIV fez neste domingo (23) um apelo em suas redes sociais para que grupos armados na Nigéria e no Camarões libertem as centenas de pessoas sequestradas nos últimos dias.
''Faço um apelo sincero para que os reféns sejam imediatamente libertados e exorto as autoridades competentes a tomarem decisões adequadas e oportunas para garantir a sua soltura'', escreveu o pontífice, manifestando ''dor profunda'' e ''grande tristeza''.

Na sequência, o papa conclama fiéis a se unirem em orações ''por estes nossos irmãos e irmãs, e para que sempre e em toda a parte as igrejas e as escolas continuem a ser lugares de segurança e esperança''.
Segundo informações oficiais do Vaticano, um dos sequestros foi perpetrado na sexta-feira (21), na Nigéria, quando um ''grupo de cerca de 60 terroristas armados, a bordo de carros e motocicletas, invadiu o prédio da "St. Mary, uma escola que recebe crianças entre 12 e 17 anos''. 303 alunos e 12 professores foram levados dos dormitórios.
No Camarões, a situação também se agravou. Em Ndop, na divisão de Ngo-ketunjia, seis padres católicos da Arquidiocese de Bamenda foram sequestrados, enquanto no município de Jakiri, na vizinha divisão de Bui, um pastor batista foi levado por homens armados. Neste último caso, os sequestradores já exigiram um resgate de 10 milhões de francos centro-africanos (cerca de R$94 mil).
Tanto a Nigéria quanto Camarões têm populações amplas e diversas, formadas por comunidades cristãs e muçulmanas distribuídas por diferentes regiões do território. A segurança nacional de ambos os países é regularmente pressionada pela atuação de grupos armados, em especial o Boko Haram, cuja violência atinge indiscriminadamente fiéis das duas tradições religiosas.
Apenas na Nigéria, entre janeiro de 2020 e setembro deste ano foram registradas 317 mortes em 385 ataques contra cristãos. No mesmo período, houve 417 mortes entre muçulmanos em 196 ataques, de acordo com dados do programa americano ACLED (Armed Conflict Location & Event Data Project), citados por uma reportagem do jornal britânico Independent.
