O tenente-general Carlos Alberto Presti, atual chefe do Estado-Maior General do Exército argentino, assumirá em 10 de dezembro o Ministério da Defesa, após ser designado no sábado (22) para substituir Luis Petri. A mudança marca a primeira vez, desde o retorno da democracia em 1983, que um militar ocupará o comando político da Defesa no país.
Nascido em 23 de junho de 1966, Presti construiu carreira no Exército desde sua formação no Colégio Militar da Nação. Ele estudou na Universidad del Salvador e se especializou em estratégia e organização militar na Escola Superior de Guerra Teniente General Luis María Campos. Ao longo da trajetória, ocupou postos de destaque, como o comando da IV Brigada Aerotransportada, a chefia do Regimento de Assalto Aéreo 601 e a direção do Colégio Militar, informou a mídia local.
O general também atuou em missões internacionais, entre elas o comando do batalhão argentino de paz no Haiti, além de ter exercido funções como adido de Defesa em embaixadas da América Central durante o governo Mauricio Macri.
Em janeiro de 2024, Presti foi nomeado pelo presidente Javier Milei para chefiar o Estado-Maior General do Exército, em um movimento que renovou a cúpula militar, segundo veículos de mídia do país. Na ocasião, a Asamblea Desobediente (ou Assembleia Desobediente, em tradução livre), grupo formado por familiares de militares condenados ou investigados por crimes da ditadura, criticou a escolha, afirmando que o oficial "não condenou publicamente o ocorrido durante o regime".
Ainda de acordo com informações da imprensa local, Presti é filho de Carlos Roque Presti, comandante do Regimento de Infantaria 7 de La Plata durante a última ditadura cívico-militar. Seu pai foi apontado como participante do circuito repressivo da cidade e estava imputado por delitos de lesa-humanidade, mas morreu antes de ser julgado.