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Equipe médica de Bolsonaro suspende medicamento após episódio de 'confusão mental'

Em nota, médicos afirmaram que ex-presidente está clinicamente bem e que tentativa de danificar tornozeleira eletrônica foi um episódio de "alucinação".
Equipe médica de Bolsonaro suspende medicamento após episódio de 'confusão mental'Gettyimages.ru / Arthur Menescal

A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro atribuiu a um quadro de "confusão mental e alucinações" o episódio em que o ex-presidente tentou manipular a tornozeleira eletrônica. Em nota publicada neste domingo (23), os profissionais afirmam que a reação foi provocada por interação medicamentosa envolvendo a Pregabalina, cuja administração foi suspensa.

O documento é assinado pelos médicos Cláudio Birolini e Leandro Echenique, e foi divulgado após visita à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Bolsonaro permanece preso preventivamente desde o sábado (22).

Os médicos afirmam que, na noite de 21 de novembro, o ex-presidente apresentou alterações de comportamento "possivelmente induzidas pelo uso do medicamento Pregabalina", que havia sido receitado por outra profissional "sem conhecimento ou consentimento dessa equipe".

Segundo o documento, a Pregabalina possui interação relevante com outros medicamentos que Bolsonaro utiliza para tratar crises de soluços, Clorpromazina e Gabapentina, e tem efeitos colaterais reconhecidos, como "alteração do estado mental", "desorientação", "coordenação anormal", "sedação", "transtorno de equilíbrio", "alucinações" e "transtornos cognitivos".

Os médicos informaram também que a administração do remédio foi imediatamente interrompida e que o ex-presidente "está clinicamente bem", sem sintomas residuais. Durante audiência de custódia, Bolsonaro havia descrito o episódio como um momento de paranoia.

  • O ministro Alexandre de Moraes determinou no sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por comandar uma organização criminosa golpista, citando indícios de tentativa de fuga.
  • A decisão foi motivada pelo entendimento de que a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro no dia anterior poderia dificultar uma eventual prisão do ex-presidente ao final do processo, devido à mobilização popular nos arredores de sua casa.
  • Ao entendimento, se soma a notificação eletrônica, às 0h07 deste sábado, "indicando violação" da tornozeleira eletrônica.