Cerca de 200 mil ucranianos que vivem nos Estados Unidos podem perder o direito legal de permanência no país devido ao endurecimento das políticas de segurança, informou a agência de notícias Reuters no sábado (22), citando dados internos do governo norte-americano.
O programa humanitário criado após a escalada do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, permitiu a entrada de aproximadamente 260 mil ucranianos no país, com autorização inicial de dois anos. A agência afirmou também que o presidente Donald Trump suspendeu, no início de 2025, o processamento de novos pedidos e renovações como parte de um "congelamento mais amplo" de iniciativas humanitárias voltadas a determinadas nacionalidades, justificando a medida por motivos de segurança.
Em março, Trump já havia afirmado que considerava revogar completamente o status de ucranianos no país, mas não chegou a encerrar o programa, que teve as renovações retomadas em maio. No entanto, desde então, autoridades migratórias processaram apenas 1,9 mil pedidos, número que representa uma pequena parcela daqueles com status prestes a expirar, segundo a Reuters.
Ex-funcionários do setor migratório alertaram à agência que pessoas à espera de decisão podem ser detidas quando a autorização vencer.
Europa descontente com migrantes da Ucrânia
O cenário europeu também mostra queda no apoio público e político à permanência de ucranianos.
Em agosto, a Alemanha, que abriga mais de 1,25 milhão de refugiados ucranianos, anunciou planos para reduzir benefícios sociais, enquanto autoridades na Polônia passaram a questionar o nível de assistência oferecida.
No Reino Unido, aumentaram as negativas de proteção de longo prazo e de vistos de trabalho, sob o argumento de que regiões ocidentais da Ucrânia são consideradas seguras.
- Milhões de ucranianos deixaram o país nos últimos três anos. A União Europeia registrou quase 4,4 milhões sob proteção temporária, enquanto a Rússia afirmou que 5,5 milhões haviam chegado a países do bloco até o fim de 2023.