Bombardeios em Gaza provocam 24 mortes; Israel e Hamas trocam acusações de violação do cessar-fogo

Relatos de ataques a alvos além da linha definida no cessar-fogo são compartilhados nas redes, enquanto Netanyahu alega ação reativa contra líderes do Hamas, que se reúne com mediadores do acordo no Cairo.

As forças armadas israelenses (IDF) lançaram bombardeios na Faixa de Gaza no sábado (22), sendo acusadas de avançar sobre a fronteira do cessar-fogo, em violação dos termos do acordo de paz firmado em outubro.

Foram reportados ataques de drones ao norte e no centro de Gaza, estimando-se ao menos 24 mortos e dezenas de feridos, conforme reportado pelo Al Jazeera. Os vídeos dos ataques estão circulando amplamente nas redes sociais.

"As forças israelenses se retirarão para a linha acordada para se prepararem para a libertação dos reféns. Durante esse período, todas as operações militares, incluindo bombardeios aéreos e de artilharia, serão suspensas, e as linhas de batalha permanecerão congeladas até que as condições para a retirada completa e gradual sejam atendidas", definiu o acordo assinado em outubro.

Diante dos bombardeios, o Hamas acusou Israel de alterar a chamada linha amarela de demarcação do cessar-fogo, enquanto relatos apontam para ataques a hospitais, residências e capos de refugiados localizados no interior da linha. "Exigimos também que o governo dos EUA honre seus compromissos e obrigue Israel a cumprir suas obrigações", afirmou o grupo palestino, em nota reproduzida pelo Al Jazeera.

Uma delegação do Hamas se reuniu no Cairo com mediadores do acordo neste domingo, conforme apontaram uma fonte da segurança egípcia e uma fonte do Hamas à Reuters.

As acusações de violação aos termos do cessar-fogo seguem de maneira mútua, diante de declarações oficiais do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em suas redes sociais. "Hoje, o Hamas violou novamente o cessar-fogo, enviando um terrorista para território controlado por Israel para atacar soldados das Forças de Defesa de Israel. Em resposta, Israel eliminou cinco terroristas de alto escalão do Hamas", publicou.

"Desde o cessar-fogo, o Hamas não parou de violá-lo, e estamos agindo de acordo. Houve diversas tentativas de infiltração em nosso território, além da Linha Amarela, com o objetivo de ferir nossos soldados", reafirmou o premiê em reunião de gabinete neste domingo. 

Diante da continuidade dos ataques, que seguem provocando mortes e ferimentos, relatos testemunhais apontam que suprimentos essenciais estão em falta nos hospitais em Gaza, como revelou publicação do periódico britânico The Guardian neste domingo (23), citando profissionais da saúde entrevistados pelo jornal.