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Lula destaca minerais críticos, IA e trabalho como pilares do desenvolvimento, durante G20

Discurso do presidente em Joanesburgo indica rejeição do Brasil ao papel de fornecedor de matérias-primas e a busca de parceria nas cadeias globais de valor.
Lula destaca minerais críticos, IA e trabalho como pilares do desenvolvimento, durante G20Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo (23) do segundo dia da Cúpula do G20, em Joanesburgo, na África do Sul. Durante seu discurso, ele destacou a importância dos minerais críticos, da inteligência artificial e do trabalho para o desenvolvimento.

"A forma como nós integrarmos esses três vetores do desenvolvimento definirá não apenas o nosso presente, mas o futuro das próximas gerações", afirmou o presidente.

Lula ressaltou que os minerais críticos se tornaram ativos estratégicos para a geopolítica contemporânea, essenciais para tecnologias de ponta e transição energética. Segundo ele, o "setor de energia respondeu por 85% do crescimento total da demanda por esses minerais em 2024", reforçando a necessidade de integrá-los nos esforços globais de expansão das fontes renováveis.

O presidente afirmou que a transição energética cria oportunidades para avançar na inovação tecnológica, mas também exige repensar o papel da exploração de recursos naturais. Ele destacou que países com grandes reservas minerais não podem ser vistos apenas como fornecedores, sendo fundamental controlar o conhecimento e o valor agregado que desses recursos derivam.

Nesse sentido, Lula enfatizou a relevância de criação do Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, que posiciona o país na busca pela participação da cadeia global de valor de minerais críticos, superando o papel de mero exportador.

"A soberania não é medida pela quantidade de depósitos naturais, mas pela habilidade de transformar recursos através de políticas que tragam benefícios para a população", afirmou.

  • Os líderes participantes do G20 discutem texto sobre minerais críticos, com o objetivo de beneficiar esses produtos em seus países de origem. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o Brasil possui cerca de 10% das reservas globais desses minerais e potencial de aumento de produção.