
'Estamos realmente esgotados neste ano de guerra', diz chefe do Estado-Maior da Ucrânia

As forças militares ucranianas estão esgotadas pelas operações militares deste ano, sendo possível perceber um "cansaço palpável" no front, reconheceu o chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Ucrânia, Andrey Gnatov.
Respondendo a uma pergunta do jornal alemão Die Zeit sobre relatos de falta de pessoal, especialmente em infantaria, o militar de alta patente afirmou: "É claro que qualquer comandante sempre dirá que precisa de mais pessoal, mais infantaria, mais armas, mais equipamentos, mais munição e mais recursos de todos os tipos. A situação é muito difícil, estamos realmente exaustos neste ano de guerra".

Ao ser questionado se a Ucrânia estava perdendo o conflito contra a Rússia, Gnatov apontou que Kiev está "há muitos anos em estado de guerra". "Todos os dias perdemos pessoas, perdemos recursos, perdemos cidades e vilas. Isso esgota as forças das pessoas. E nota-se um cansaço palpável", complementou.
Nesse contexto, ele destacou que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para reforçar as unidades e treinar novos efetivos.
Mobilização forçada
Com o desenrolar da operação militar especial, o Exército ucraniano passa por uma grave crise de deserção. O problema se intensificou após o governo permitir, em agosto, que homens de 18 a 22 anos viajassem ao exterior. Cerca de 100 mil homens já cruzaram a fronteira com a Polônia.
Segundo o The Telegraph, a mobilização forçada recruta cerca de 30 mil novos soldados por mês, mas aproximadamente 20 mil desertam nesse período. Desde o início do conflito, a Procuradoria ucraniana abriu 290 mil processos por deserção.
Para recompor as fileiras, comissários militares recrutam à força em ruas, transportes públicos e hospitais, provocando descontentamento popular diante da escassez crônica de contingente na linha de frente.
