Organizações da sociedade civil ouvidas pelo portal g1, em artigo publicado nesta sexta-feira (21), criticaram a postura da União Europeia na COP30. Para elas, a atuação de Bruxelas tem dificultado avanços nas negociações.
Segundo o portal, enquanto países do Sul Global enfrentam secas, enchentes e os altos custos da crise climática, a União Europeia "estaria mais preocupada em proteger seus próprios interesses".
Entre as principais críticas estão a resistência do bloco em ampliar os recursos destinados aos países mais vulneráveis e os compromissos frequentemente vagos assumidos por suas autoridades.
"As entidades pedem que a UE adote uma postura mais cooperativa nas horas finais da conferência para permitir um acordo que atenda às nações mais afetadas", prossegue o g1.
''Todos vão perder''
Mais cedo, André Corrêa do Lago, embaixador brasileiro e presidente da COP30, voltou a falar das catástrofes climáticas e das consequências políticas e econômicas da crise ambiental, fazendo um apelo pelo avanço das negociações.
"Se não reforçarmos o Acordo de Paris, todos vão perder. E nós vamos mostrar para aqueles que duvidam que a cooperação é o melhor caminho para o clima. Esses vão ficar absolutamente contentes se não conseguirmos alcançar um acordo. Então, nós devemos chegar a um acordo", afirmou, conforme citado pelo portal UOL.
Representantes do continente africano também manifestaram insatisfação com a falta de avanços concretos. Joab Okanda, especialista em clima, energia e diplomacia, afirmou que a África "não pode se dar ao luxo de deixar Belém com um acordo fraco".
''A África também precisa de apoio para investir em sua transição energética e garantir acesso universal a energia renovável. Um roteiro confiável que entregue ambos os objetivos seria um resultado realmente positivo para a África na COP30", pontuou, conforme citado pelo jornal The Guardian.
- A poucas horas de sua conclusão, a COP30 segue sem um acordo sobre a declaração conjunta. Entre os principais pontos de tensão estão os combustíveis fósseis e o apoio aos países em desenvolvimento.