Lançamento de foguete da base de Alcântara é adiado

Prazo foi estendido até o dia 22 de dezembro para realizar "novos testes de segurança" e aprimoramentos no foguete sul-coreano Hanbit-Nano.

A janela de lançamento do foguete Hanbit-Nano, da Coreia do Sul, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi estendida até o dia 22 de dezembro. A decisão, tomada em conjunto pela Força Aérea Brasileira (FAB) e a sul-coreana Innospace, tem como objetivo realizar "novos testes de segurança e aumentar a confiabilidade do lançamento".

A nova data estimada para tentativa inicial de lançamento, prevista inicialmente para o sábado (22), é em 17 de dezembro, segundo o cronograma da Operação Spaceward.

O coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo, relatou que testes indicaram necessidade de aprimoramentos no veículo antes do voo. De acordo com ele, tal ajuste é comum em missões inaugurais, seguindo padrões estabelecidos para garantir "precisão e segurança".

Lançamento

Os satélites brasileiros FloripaSat-2A e FloripaSat-2B serão embarcados no lançamento, que foi batizado de Operação Spaceward. A missão será conduzida pela FAB em parceria com a AEB (Agência Espacial Brasileira). Os satélites são totalmente nacionais e produzidos no Laboratório de Pesquisa em Sistemas Espaciais (SpaceLab) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

"Do ponto de vista institucional e educacional, é um orgulho ver o trabalho de estudantes integrando uma missão pioneira que reforça o protagonismo do Brasil no cenário espacial", afirmou Eduardo Bezerra, professor da UFSC e coordenador do SpaceLab.

Renovação espacial

O CLA tem um histórico de três tentativas de lançamento frustradas, incluindo um acidente trágico. A última tentativa foi realizada em 2003 e resultou em um incêndio catastrófico que matou 21 técnicos e engenheiros do programa espacial brasileiro. O projeto foi fechado na época.

Após anos de subutilização e parcerias malsucedidas, o governo brasileiro passou a arrendar a infraestrutura a empresas estrangeiras.

"Hoje em dia o Centro Espacial de Alcântara está completamente recuperado", afirmou o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Marcos Pontes à Rádio Senado em 2023. "[Ele] está operacional agora com acordos firmados já com cinco empresas de outros países".

A Innospace é a primeira a avançar após um teste bem-sucedido em 2023, abrindo uma nova perspectiva para o programa espacial brasileiro.