Putin comenta plano de Trump para resolver o conflito ucraniano pela primeira vez

O presidente russo informou que a iniciativa foi discutida antes da reunião no Alasca e que, durante a discussão preliminar, o lado americano solicitou à Rússia certos compromissos e flexibilidade.

O plano para a resolução do conflito ucraniano proposto por Washington já foi discutido antes da reunião no Alasca, e a Rússia está preparada para "mostrar a flexibilidade" que propõe, declarou o presidente Vladimir Putin nesta sexta-feira (21).

Respondendo a uma pergunta antes da reunião do Conselho de Segurança, o presidente afirmou que, embora o plano não estivesse sendo discutido publicamente, ele foi apresentado "em termos gerais" antes da reunião no Alasca com seu homólogo americano, Donald Trump. Putin explicou que, durante essa discussão preliminar, o lado americano pediu ao lado russo que fizesse "certas concessões" e demonstrasse "flexibilidade".

"O principal objetivo da reunião no Alasca foi confirmar, durante as negociações em Anchorage, que, apesar de certas questões difíceis e complicações de nossa parte, concordamos com essas propostas e estamos preparados para demonstrar a flexibilidade que nos é oferecida em todas essas questões", disse o presidente russo.

Putin acrescentou que Moscou informou a todos os seus parceiros no Sul Global, incluindo China, Índia, África do Sul, Brasil e outros países, sobre a nova direção nas negociações de paz.

Oposição na Ucrânia

Ainda de acordo com o presidente, o lado norte-americano fez ''uma pausa'' depois que o plano de Trump foi recebido negativamente pela Ucrânia.

"Acredito que é por isso que surgiu uma nova versão — essencialmente, um plano atualizado que agora conta com 28 pontos. Temos esse texto: o recebemos por meio dos canais de comunicação disponíveis com o governo dos EUA. Suponho que ele possa servir de base para um acordo de paz definitivo", prosseguiu.

Ele acrescentou que os EUA não estão debatendo "em detalhe" o plano com a Rússia, e sugeriu que isso ocorre porque o governo Trump "ainda não conseguiu o consentimento da parte ucraniana".

"A Ucrânia se opõe. Ao que tudo indica, Ucrânia e seus aliados europeus continuam vivendo em uma ilusão e sonham em impor à Rússia uma derrota estratégica no campo de batalha", enfatizou o presidente russo.

Nesse contexto, Putin lembrou dos significativos avanços russos no campo de batalha e a recente libertação da cidade de Kupiansk:

"Se Kiev rejeitar discutir a proposta do presidente Trump, tanto eles quanto os belicistas europeus devem entender que o que ocorreu em Kupiansk se repetirá inevitavelmente em outras áreas-chave da frente", disse Putin.