
Putin comenta plano de Trump para resolver o conflito ucraniano pela primeira vez

O plano para a resolução do conflito ucraniano proposto por Washington já foi discutido antes da reunião no Alasca, e a Rússia está preparada para "mostrar a flexibilidade" que propõe, declarou o presidente Vladimir Putin nesta sexta-feira (21).
Respondendo a uma pergunta antes da reunião do Conselho de Segurança, o presidente afirmou que, embora o plano não estivesse sendo discutido publicamente, ele foi apresentado "em termos gerais" antes da reunião no Alasca com seu homólogo americano, Donald Trump. Putin explicou que, durante essa discussão preliminar, o lado americano pediu ao lado russo que fizesse "certas concessões" e demonstrasse "flexibilidade".
❗️Ucrânia e Europa seguem vivendo em 'mundo de ilusão', diz Putin ao comentar plano de paz de Trump🇷🇺 Para o presidente russo, a postura europeia se deve "à falta de informação objetiva sobre a situação no campo de batalha". ➡️Mais detalhes: https://t.co/LlWDAUxquhpic.twitter.com/JgmKOmmcac
— RT Brasil (@rtnoticias_br) November 21, 2025
"O principal objetivo da reunião no Alasca foi confirmar, durante as negociações em Anchorage, que, apesar de certas questões difíceis e complicações de nossa parte, concordamos com essas propostas e estamos preparados para demonstrar a flexibilidade que nos é oferecida em todas essas questões", disse o presidente russo.
Putin acrescentou que Moscou informou a todos os seus parceiros no Sul Global, incluindo China, Índia, África do Sul, Brasil e outros países, sobre a nova direção nas negociações de paz.
Oposição na Ucrânia
Ainda de acordo com o presidente, o lado norte-americano fez ''uma pausa'' depois que o plano de Trump foi recebido negativamente pela Ucrânia.
"Acredito que é por isso que surgiu uma nova versão — essencialmente, um plano atualizado que agora conta com 28 pontos. Temos esse texto: o recebemos por meio dos canais de comunicação disponíveis com o governo dos EUA. Suponho que ele possa servir de base para um acordo de paz definitivo", prosseguiu.

Ele acrescentou que os EUA não estão debatendo "em detalhe" o plano com a Rússia, e sugeriu que isso ocorre porque o governo Trump "ainda não conseguiu o consentimento da parte ucraniana".
"A Ucrânia se opõe. Ao que tudo indica, Ucrânia e seus aliados europeus continuam vivendo em uma ilusão e sonham em impor à Rússia uma derrota estratégica no campo de batalha", enfatizou o presidente russo.
Nesse contexto, Putin lembrou dos significativos avanços russos no campo de batalha e a recente libertação da cidade de Kupiansk:
"Se Kiev rejeitar discutir a proposta do presidente Trump, tanto eles quanto os belicistas europeus devem entender que o que ocorreu em Kupiansk se repetirá inevitavelmente em outras áreas-chave da frente", disse Putin.
Mais cedo, foram publicados 28 pontos do plano de paz do presidente norte-americano para o conflito ucraniano, que vinha sendo amplamente discutido na mídia há vários dias.
- O plano prevê, entre outros pontos, novas eleições na Ucrânia, levantamento das sanções contra Moscou e proibição da expansão da OTAN.
Enquanto isso, a Bloomberg informou que os principais aliados europeus da Ucrânia alinharam-se ao líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, para rejeitar pontos-chave do plano.
