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Em mensagem ao povo, Zelensky afirma que Ucrânia vive um dos momentos mais difíceis de sua história

"Agora a Ucrânia pode enfrentar uma escolha muito difícil. Ou a perda da dignidade ou o risco de perder um parceiro fundamental", declarou o líder do regime ucraniano.
Em mensagem ao povo, Zelensky afirma que Ucrânia vive um dos momentos mais difíceis de sua históriaGettyimages.ru / Andrew Harnik

Vladimir Zelensky, publicou nesta sexta-feira (21) um vídeo dirigido ao povo ucraniano em seu canal no Telegram. Nela, o líder do regime de Kiev reconheceu que o país atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história, diante da intensa pressão sobre a Ucrânia.

"Agora a Ucrânia pode se deparar com uma escolha muito difícil: ou a perda de dignidade, ou o risco de perder um parceiro-chave", afirmou o líder do regime de Kiev. "Ou 28 pontos complicados, ou um inverno extremamente duro", acrescentou, em alusão ao plano do presidente Donald Trump para dar fim ao conflito ucraniano.

Nesse contexto, Zelensky prometeu "lutar" para garantir que a "honra e a dignidade dos ucranianos" sejam preservados nas cláusulas do acordo proposto por Washington.

"Apresentarei argumentos, persuadirei, oferecerei alternativas. (…) A Ucrânia agirá com rapidez. Hoje, sábado e domingo, toda a próxima semana. E pelo tempo que for necessário, 24 horas por dia, sete dias por semana, lutarei para assegurar que pelo menos dois pontos do plano não sejam ignorados", disse.

Para esse objetivo, o líder do regime ucraniano convocou o povo e os políticos a "se unirem e agirem com sensatez". "Chega de disputas, chega de politicagem", exigiu. "Tenho certeza de que este é um dos momentos mais difíceis da nossa história", acrescentou, garantindo que as futuras gerações viverão em paz "digna, efetiva e duradoura".

"Caros ucranianos, a próxima semana será muito difícil e repleta de acontecimentos. [...] Durante esse período, haverá muita pressão — política, midiática e de várias outras naturezas — para nos enfraquecer e dividir", alertou ele.

Entenda:

Na terça-feira, a Axios informou, citando fontes não identificadas, que a Casa Branca estaria trabalhando secretamente com a Rússia em um novo plano para encerrar o conflito ucraniano. O meio divulgou posteriormente os supostos 28 pontos do plano de paz, amplamente repercutidos nos últimos dias, incluindo a proibição da expansão da OTAN, o levantamento das sanções impostas à Rússia e a realização das eleições presidenciais na Ucrânia 100 dias após a entrada em vigor do documento e questões territoriais.

Previamente, o líder do regime ucraniano confirmou que havia recebido a proposta dos EUA. "Expus o que é fundamental para nós. E acordamos que as equipes trabalharão nessas propostas para que se tornem realidade", disse em um comunicado.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, anunciou que, enquanto Washington mantém sua própria posição sobre um possível acordo de paz para encerrar o conflito ucraniano, não estão ocorrendo debates significativos sobre o tema. "Há certas considerações por parte dos Estados Unidos, mas, por enquanto, nada substancial está sendo discutido", afirmou Peskov.

Ao mesmo tempo, indicou que a Rússia está aberta a negociações com base nas conversas que ocorreram entre os presidentes russo e americano, Vladímir Putin e Donald Trump, no Alasca. "Não há novidades, por enquanto, sobre o que foi discutido em Anchorage", acrescentou.

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