Reuters: EUA ameaçam interromper fornecimento de armas e dados de inteligência à Ucrânia

A mídia indica que Washington usa essa ameaça como alavanca para pressionar Kiev e fazer com que aceite seu novo plano de paz.

A Ucrânia enfrenta uma pressão crescente por parte de Washington para que aceite o acordo de paz com a Rússia elaborado pela Casa Branca, informou a Reuters, citando duas pessoas familiarizadas com o assunto.

De acordo com as fontes, ao contrário de tentativas anteriores de negociação, os EUA estão usando mecanismos para exercer maior pressão, incluindo a ameaça de deixar de fornecer inteligência e armas a Kiev. Uma das fontes disse que a Casa Branca queria que a Ucrânia assinasse o acordo-quadro antes da próxima quinta-feira (27).

Nesta quinta-feira (20), o FT também informou, citando suas fontes, que a Ucrânia está sob forte pressão dos EUA, que exigem a rápida aceitação de seu plano de paz, por volta de 27 de novembro, data em que se comemora o Dia de Ação de Graças. De acordo com a publicação, os EUA planejam apresentar um acordo de paz em Moscou no final deste mês e concluir o processo no início de dezembro.

Nesta terça-feira (18), a Axios informou, citando fontes não identificadas, que a Casa Branca estava trabalhando secretamente com a Rússia para elaborar um novo plano que ponha fim ao conflito ucraniano. Posteriormente, o meio divulgou os supostos 28 pontos do plano de paz para o conflito ucraniano, amplamente divulgados na mídia há vários dias, entre eles a proibição da expansão da OTAN, o levantamento das sanções impostas à Rússia e a realização das eleições presidenciais na Ucrânia 100 dias após a entrada em vigor do documento, bem como questões territoriais.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, anunciou que, enquanto Washington mantém sua própria postura em relação a um possível acordo de paz que ponha fim ao conflito ucraniano, não há debates significativos sobre o assunto. "Há certas considerações por parte dos Estados Unidos, mas, no momento, nada substancial está sendo discutido", afirmou Peskov.

Ao mesmo tempo, ele indicou que a Rússia está aberta a negociações com base nas conversas que ocorreram entre os presidentes russo e americano, Vladimir Putin e Donald Trump, no Alaska. "Não há novidades no momento em relação ao que foi discutido em Anchorage", acrescentou.