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Milei anuncia nova onda de reformas na Argentina: 'Apertem os cintos'

Com o "triplo de poder no Congresso", Milei promete acelerar reformas econômicas e legais, convoca empresários a apoiar o processo e admite que a melhora econômica não será imediata.
Milei anuncia nova onda de reformas na Argentina: 'Apertem os cintos'Javier Milei. Tomas Cuesta / Stringer / Gettyimages.ru

Javier Milei afirmou nesta quarta-feira que sua administração vai impulsionar uma nova leva de reformas e convocou empresários a acompanharem o processo. Durante um evento na sede da Corporación América, o presidente destacou que o governo recebeu, nas eleições legislativas de 26 de outubro, um "mandato do povo para aprofundar a direção da mudança", e avisou: "Apertem os cintos, porque vem muita reforma por aí".

Em seu discurso, Milei disse que o país vive um ponto de inflexão político e econômico. Ele destacou que sua popularidade segue em níveis semelhantes ao início de seu governo, mas agora com "o triplo de poder legislativo". O presidente defendeu ainda as políticas fiscais e monetárias aplicadas antes das eleições, classificando-as como "contracionistas" e um sinal de disciplina valorizado pelos eleitores.

Milei criticou o que chamou de "ideias anti-crescimento" e afirmou que a Argentina entrou em um "círculo virtuoso", no qual a recuperação econômica e a transformação cultural se reforçam mutuamente.

O presidente listou alguns dos pontos da próxima etapa: o debate do Orçamento 2026 e a apresentação das reformas trabalhista, tributária e do Código Penal, todas previstas na chamada agenda de "segunda geração".

Ele admitiu que a melhora econômica não será imediata, mas projetou uma recuperação gradual da renda e destacou que manter a responsabilidade fiscal é essencial para estimular poupança e investimentos.

Segundo o jornal El Ciudadano, Milei lembrou aos empresários que, em 20 meses, seu governo promoveu "10 mil reformas" e que o Estado ainda tem "600 mil decretos" pendentes de revisão e digitalização. Diante do público empresarial, reforçou que nada do que está planejado "acontecerá por mágica" e pediu investimentos, nacionais e estrangeiros, para "recapitalizar o país", afirmando que agora existem "os incentivos corretos" para impulsionar esse processo.