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'É um escândalo': Chanceler húngaro denuncia 'loucura' do financiamento europeu a Kiev durante investigações de corrupção

Peter Szijjarto afirmou que a liderança da União Europeia "vive sob ilusões" em relação ao conflito ucraniano e que a responsabilidade de Bruxelas seria a de apoiar os esforços dos Estados Unidos para alcançar a paz rapidamente.
'É um escândalo': Chanceler húngaro denuncia 'loucura' do financiamento europeu a Kiev durante investigações de corrupçãoGettyimages.ru / Thierry Monasse / Contributor

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjartodenunciou na quinta-feira (20) a postura belicista dos países europeus em face do conflito na Ucrânia, em coletiva de imprensa após as atividades do Conselho dos Negócios Estrangeiros (CNE) da União Europeia.

Szijjarto apontou que a Europa não tem intenção de encerrar a escalada no território ucraniano, reiterando que a Hungria não pretende se juntar ao que chamou de "loucura" e "ilusões" nutridas pela liderança em Bruxelas.

"Minha observação é que a elite dominante em Bruxelas, incluindo a Alta Representante, tem vivido sob ilusões", avaliou, em referência ao cargo atualmente ocupado por Kaja Kallas. "A guerra já dura quase quatro anos e a Rússia tem ocupado cada vez mais territórios ucranianos. (...) Além disso, as sanções não colocaram a economia russa de joelhos. Portanto, acho que dizer que o tempo está a favor da Ucrânia é uma ilusão."

Opondo-se a uma continuidade de uma escalada militar qualificada como "perigosa", ele afirmou que espera que a União Europeia apoie os esforços dos Estados Unidos para alcançar a paz rapidamente.

Corrupção na Ucrânia

Quando perguntado sobre a postura da União Europeia diante do escândalo de corrupção recentemente revelado na Ucrânia, Szijjarto demonstrou indignação com a continuidade do financiamento ao regime de Kiev.

A Agência Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) revelou na semana passada detalhes da operação que expôs um esquema de corrupção de alto nível nas operações da empresa ucraniana Energoatom, envolvendo figuras próximas ao líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky.

Após a exposição do esquema corrupto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enviou uma carta a líderes europeus reivindicando o envio mínimo de 90 bilhões de euros (cerca de R$ 554 bilhões) para "estabilizar as finanças" na Ucrânia.

"Existe uma máfia de guerra, um sistema corrupto atuando na Ucrânia, e a presidente da Comissão Europeia nem sequer menciona isso em sua carta. Ao invés de suspender os pagamentos e exigir autorização financeira imediata, ela quer enviar mais 100 bilhões", respondeu o chanceler húngaro. "Ora, vamos lá. Isso é uma loucura. É um escândalo."

Szijjarto ainda respondeu se a exposição do esquema de corrupção não seria, em si, um indicativo do funcionamento das instituições na Ucrânia, visão expressada por outros representantes europeus para justificar a continuidade do apoio financeiro e militar a Kiev.

"Se nós, na Europa, quisermos levar a corrupção a sério, então temos que parar os pagamentos", respondeu. "Precisamos saber o que foi gasto na Ucrânia com o dinheiro dos contribuintes europeus."