O plano para resolver o conflito ucraniano proposto pelos Estados Unidos envolve, entre outras medidas, o levantamento das sanções impostas contra a Rússia, informou a Bloomberg, citando uma fonte familiarizada com o assunto.
No entanto, a agência não especificou quais restrições seriam suspensas.
No final de outubro, o líder da maioria no Senado dos EUA, John Thune, afirmou que o projeto de lei para implementar novas sanções econômicas dos EUA contra a Rússia foi suspenso no Congresso, embora continue sendo uma medida possível.
Já em 22 de outubro, os EUA anunciaram sanções contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil e 34 de suas subsidiárias em resposta ao que chamaram de "falta de compromisso sério da Rússia com um processo de paz para pôr fim" ao conflito russo-ucraniano. Enquanto isso, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, admitiu, em 12 de novembro, que Washington praticamente esgotou sua capacidade de impor novas sanções contra a Rússia. O diplomata afirmou que as opções para aplicar novas restrições são agora muito limitadas.
Moscou tem constantemente afirmado que são justamente os países que recorrem a medidas anti-Rússia que acabam sofrendo as consequências.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou em junho que a imposição de mais sanções contra a Rússia era "uma faca de dois gumes". "Quanto mais severo o pacote de sanções, que consideramos ilegal, mais severo o recuo no ombro, como uma arma", declarou. Peskov acrescentou ainda que a Rússia só pode ser convidada à mesa de negociações "com lógica e argumentos" e não "por meio de qualquer tipo de pressão ou força".
Vazamentos de um novo 'plano secreto'
A Axios informou na quarta-feira (19), citando fontes não identificadas, que a Casa Branca está trabalhando secretamente com a Rússia para elaborar um novo plano para pôr fim ao conflito ucraniano.
Segundo uma fonte do veículo, a proposta elaborada pelos Estados Unidos é composta por 28 pontos e se inspira no acordo de paz entre Israel e Hamas promovido pelo presidente Donald Trump.
O plano, de acordo com o informante, pode ser dividido em quatro categorias gerais: paz, garantias de segurança, segurança na Europa e futuras relações dos EUA com a Rússia e a Ucrânia.
Uma pessoa familiarizada com o assunto indicou à Axios que o enviado especial do presidente americano, Steve Witkoff, estaria liderando a redação do plano e que o discutiu profundamente com o enviado especial da Presidência russa, Kiril Dmitriev.
Vazamentos fornecidos por outros veículos de comunicação indicam que as propostas compreendem o reconhecimento da Crimeia e do Donbass como território russo legítimo e a renúncia de Kiev a várias categorias estratégicas de armamento.
Ademais, seriam definidas garantias de que a Ucrânia cederá à Rússia toda a região do Donbass, concederá à língua russa o status de idioma oficial e reconhecerá formalmente a Igreja Ortodoxa Ucraniana Canônica (UPTs). Também não será permitida a presença de forças armadas estrangeiras no território ucraniano e os EUA reduzirão sua assistência militar ao país.
O The Wall Street Journal indicou, citando funcionários americanos, que a Ucrânia teria que renunciar à sua adesão à OTAN por longo período de tempo.