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Kremlin comenta vazamentos da imprensa ocidental sobre plano de paz para Ucrânia

A imprensa indicou que há um plano em discussão entre Washington e Moscou, que compreende o reconhecimento da Crimeia e do Donbass como território russo legítimo e a renúncia ucraniana à OTAN.
Kremlin comenta vazamentos da imprensa ocidental sobre plano de paz para UcrâniaSputnik / Natalia Seliverstova

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta quinta-feira (20) que Moscou não tem nada a acrescentar em relação ao diálogo com Washington sobre a solução do conflito ucraniano, além dos entendimentos alcançados na reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump no Alasca, em agosto deste ano.

A declaração de Peskov respondem às informações divulgadas pela mídia ocidental, que apontam a existência de um novo plano para a resolução do conflito russo-ucraniano que os EUA teriam elaborado em consultas secretas com Moscou.

"Não podemos acrescentar nada de novo ao que já foi dito em Anchorage; neste caso, não temos nenhuma novidade", afirmou Peskov.

Ao mesmo tempo, ele destacou que "qualquer hora é uma boa hora" para resolver o conflito com a Ucrânia, ressaltando que "Moscou está aberta a negociações".

O porta-voz, na quarta-feira (19), também tinha negado a existência de qualquer novidade no processo de paz na Ucrânia além dos entendimentos alcançados na última cúpula de Anchorage.

Vazamentos de um novo 'plano secreto'

A polêmica surgiu depois que o o jornal Axios informou, na terça-feira, citando fontes não identificadas, que a Casa Branca está trabalhando secretamente com a Rússia para desenvolver um novo plano para pôr fim ao conflito ucraniano.

Segundo uma fonte do veículo, a proposta elaborada pelos Estados Unidos é composta por 28 pontos e se inspira no acordo de paz entre Israel e o Hamas promovido pelo presidente Donald Trump.

O plano, de acordo com o informante, pode ser dividido em quatro categorias gerais: paz, garantias de segurança, segurança na Europa e futuras relações dos EUA com a Rússia e a Ucrânia.

Uma pessoa familiarizada com o assunto indicou à Axios que o enviado especial do presidente americano, Steve Witkoff, estaria liderando a redação do plano e que o discutiu amplamente com o enviado especial da Presidência russa, Kiril Dmitriev.

Vazamentos fornecidos por outros veículos de comunicação indicam que as propostas compreendem o reconhecimento da Crimeia e do Donbass como território russo legítimo e a renúncia de Kiev a várias categorias-chave de armamento.

Ademais, seriam definidas garantias de que a Ucrânia cederá à Rússia toda a região do Donbass, concederá à língua russa o status de idioma oficial e reconhecerá formalmente a Igreja Ortodoxa Ucraniana Canônica (UPTs). Também não será permitida a presença de forças armadas estrangeiras no território ucraniano e os EUA reduzirão sua assistência militar ao país.

O periódico The Wall Street Journal ainda indicou, citando funcionários americanos, que a Ucrânia teria que renunciar à sua adesão à OTAN, pelo menos durante vários anos.